quinta-feira, 23 de julho de 2009

O que não é visível

A maioria de nós faz escolhas pelo que consegue perceber por meio dos cinco sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar). Quase sempre escolhemos a comida pelas cores, sabores e cheiros que sentimos e não pelos nutrientes “invisíveis” ali contidos. Também damos muito valor à aparência. Uma pesquisa feita pela Universidade de Sydney e da Universidade Nacional Australiana, Camberra, mostrou que homens mais altos ganham salários maiores que os de estatura mais baixa*. Outra pesquisa feita pelo Fed (Federal Reserve dos Estados Unidos) mostrou que pessoas mais bonitas, altas e magras ganham em média 5% a mais do que as outras**.

Puxa, ainda bem que Deus é diferente. O homem se atenta para a aparência, mas Deus vê o coração. Ok, parece um grande clichê, mas isso é verdadeiro e está na bíblia.

Basta ler algumas páginas do livro 1Samuel para ver que o Rei Saul alistava para o seu exército todos os homens fortes que conhecia (1Samuel 14.52). Ponto para a aparência.

No capítulo 16, quando Samuel foi levado por Deus a ungir um dos filhos de Jessé, ele quase se deixou enganar quando viu Eliabe, o irmão mais velho de Davi. Samuel pensou: “Com certeza é este que o Senhor quer ungir”. O Senhor contudo disse a Samuel: “Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem, o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Samuel 16.6-7).

Jessé, o pai, não deve ter ouvido Deus falar com Samuel, pois ele mesmo não dava muito valor para o pequenino Davi. “Samuel perguntou a Jessé: “Estes são todos os filhos que você tem? Jessé respondeu: “Ainda tenho o caçula, mas ele está cuidando das ovelhas” (1Samuel 16.11). Jessé parecia dizer: “deixa ele lá no pasto, afinal, ele não passa de um menino”. Para Jessé e para os outros, Davi era pequeno, o último dos filhos, jovem demais e sem muitas qualidades visíveis. Para Deus, Davi era um menino que Ele escolheu para derramar o seu Espírito e ser o Rei de Israel.

“Samuel apanhou o chifre cheio de óleo e o ungiu na presença de seus irmãos, e, a partir daquele dia, o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi” (1Samuel 16.13).

Não existem limites para aqueles que têm o Espírito de Deus. No capítulo seguinte, Davi derrotou Golias, o gigante de quase três metros de altura que fez chacota de Israel durante 40 dias.

Da altura de sua pequenez, nos seus juvenis 20 e poucos anos e sem nenhuma armadura ou arma perigosa, Davi, cheio do Espírito de Deus, enfrentou o gigante e pôs o exército dos filisteus para correr.

“Senhor, não quero ser lembrada pela minha aparência ou por aquilo que é visível em mim. Mas quero ser alguém que se torna forte e bonita pois carrega em si mesma o Espírito do Deus Vivo. Amém”.

Aline Cândido

*Telegraph – 18/05/09 / **Folha de São Paulo – 08/04/05

domingo, 19 de julho de 2009

Bebês


Certa vez tive uma visão enquanto orava. Eu pedia a Deus que Ele desse uma direção em minha vida e de repente me vi como um bebê com as mãos esticadinhas sendo seguradas pelas mãos de Deus, como se Ele estivesse me ensinando a andar, como se faz com uma criança pequena.

Quantas vezes nos sentimos bebês espirituais, sabendo pouco ou quase nada de Deus e do seu reino? “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo” (Oséias 6.3)

A fonte de Deus é inesgotável. Ele já nos deu muito e dará ainda mais se pedirmos e buscarmos. Os hebreus receberam uma bela bronca por terem parado no nível “básico”:

“Temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para aprender. Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal” (Hebreus 5.11-14).

O autor aqui fala de “exercício constante”. A maturidade cristã não depende de intelectualidade mas sim de “conhecer e esforçar-se por conhecer o Senhor” todos os dias!

Só depende de nós, porque Ele está pronto para nos promover ao próximo “nível de conhecimento e intimidade”. “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas insondáveis que você não conhece” (Jeremias 33.3).

“Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos” (Efésios 1.17-18)

Vamos largar a mamadeira e receber de Deus alimento sólido para o nosso crescimento!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A volta

“Cristo vai voltar, acredite ou não. E vem pra julgar, pra dar uma decisão”.*

Você certamente sabe quem foi Jesus. Com certeza conhece algumas histórias famosas e passagens da sua vida como a multiplicação dos pães e a sua morte na cruz.

Muito se fala da vida que Jesus viveu aqui há mais de 2000 anos atrás. Mas pouco se fala da sua próxima vinda a esse mundo.

É como dizem os versos aí em cima: Jesus Cristo vai voltar, você acredite ou não. Faz parte da promessa e do plano de Deus.

Esse mundo está decadente. O homem está cavando sua própria sepultura vivendo num poço de lama e banhando-se de pecados. A própria natureza geme e espera sua rendição.

“Pois sabemos que até agora o Universo todo geme e sofre como uma mulher que está em trabalho de parto. E não somente o Universo, mas nós, que temos o Espírito Santo como o primeiro presente que recebemos de Deus, nós também gememos dentro de nós mesmos enquanto esperamos que Deus faça com que sejamos seus filhos e nos liberte completamente” (Romanos 8.22-23).

É rendição que Jesus vai trazer na sua segunda vinda, para o planeta e para aqueles que o buscam e crêem nele. Para os demais, somente choro e morte eterna.

“Pois certamente vem o dia, ardente como uma fornalha. Todos os arrogantes e todos os malfeitores serão como palha, e aquele dia, que está chegando, ateará fogo neles’, diz o Senhor dos Exércitos. ‘Não sobrará raiz ou galho algum. Mas para vocês que reverenciam o meu nome, o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas. E vocês sairão e saltarão como bezerros soltos no curral” (Malaquias 4.1-2).

*Esses versos são da música “Acredite ou não” de João Alexandre.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Santa paciência!

Você conhece essa expressão? Pois é, o ditado popular reconhece que a paciência não é uma virtude natural do homem. Ela vem de Deus.

O mundo de hoje está carente de paciência. Como disse Lenine: “o mundo vai girando cada vez mais veloz… a vida não pára”. Restaurantes fast-foods, formação acadêmica em dois ao invés de quatro anos, os processadores que se tornam cada vez mais velozes para driblarem a nossa impaciência diante do computador. É verdade, o mundo não espera e atropela aqueles que se mostram mais pacientes. Quantas mulheres você conhece que depois de ganharem uma linda orquídea aguardam pacientemente um ano inteirinho para vê-la florescer novamente?

Como não poderia deixar de ser, a bíblia também nos ensina acerca da paciência. Sem dúvida é uma virtude que precisa ser aprendida e treinada, mas acima de tudo, ela é fruto do Espírito. O que isso significa? Que devemos buscar de Deus essa virtude, pois é Ele quem produz esse fruto em nós. “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, PACIÊNCIA, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5.22-23).

Penso que a paciência também está diretamente ligada à fé em Deus. Se eu conheço a Deus e creio em suas promessas, fica mais fácil esperar com confiança, ser perseverante, ter paciência. Isso explica porque Jó passou por todo aquele sofrimento pacientemente. Ele não foi passivo, mas paciente. O primeiro versículo de Jó diz que ele era “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1). Ser paciente foi um exercício da sua fé. Ele enxergava longe, conhecia a fidelidade do Senhor. “Nenhum dos que esperam em ti ficará decepcionado” (Salmo 25.3).

No Novo Testamento vemos os cristãos encorajando uns aos outros a terem paciência e serem perseverantes olhando para Deus. Tiago foi um deles ao dizer: “Irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o seu coração, pois a vinda do Senhor está próxima... Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia” (Tiago 5.7-9,11).

Precisamos de paciência para as urgências do dia-a-dia e também para esperar por aquilo que demora a chegar. Em ambos os casos, é importante saber que “até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças; Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Isaías, 40.30-31).

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Encontro em Samaria

Jesus estava ali de passagem, era o meio do caminho da sua viagem entre a Judéia e a Galiléia. O sol estava a pino e ele estava cansado. Com fome e sede sentou-se perto de um poço. Pediu água a uma mulher samaritana. Ele a conhecia muito bem, mas ela, inocente, não sabia com quem estava falando. Onde já se viu um judeu falar com uma samaritana? Ainda mais um homem se dirigir a uma mulher! Jesus surpreendia todo mundo com suas atitudes.
Ele disse a ela: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva... quem beber dessa água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (João 4.10,13-14).

Do que Jesus estava falando? Ele sempre falava em parábolas, a mulher samaritana não entendeu de primeira. Achou que ele tinha um líquido mágico que faria um ser humano nunca mais precisar de água. Já pensou que bom seria nunca mais ter que tirar água do poço e carregar o vaso pesado até em casa para dar aos filhos e aos animais? Ela se livraria de um grande fardo.

Como o ser humano é limitado. Entende tudo ao pé da letra. Jesus falava de algo muito mais profundo. Em outra ocasião explicou o que era a tal da água viva. “’Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva’. Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem.” (João 7.37-39).

A água viva citada por Jesus é o Espírito Santo. É o próprio Deus vivendo em nós e isso, somente isso, nos satisfaz completamente. Se permitirmos que Ele viva em nós, nunca mais teremos “sede”!

Aproximadamente 60% do corpo de um adulto é composto por água. Um ser humano é capaz de sobreviver (apenas) de 3 a 5 dias sem ingerir água. Sem dúvida é um elemento vital. Sem água não sobrevivemos. A água nos mantêm vivos nesse mundo, mas a água viva, que Jesus oferece, nos dá vida eterna!

Depois de um encontro com Jesus nunca mais somos os mesmos. A mulher samaritana voltou pra casa transformada. Ela tinha encontrado o Salvador! E a promessa de Jesus se cumpriu nela imediatamente. Ele disse: “Do seu interior fluirão rios de água viva”. Ela voltou para a sua casa e espalhou as boas novas para os vizinhos. A água viva fluiu em Samaria.

Eu quero beber dessa água. E você?

“Verdades antigas são sempre novas se elas vêm acompanhadas do cheiro e do sabor do céu” (John Bunyan, autor de O Peregrino).

Escrito por Aline Cândido

terça-feira, 9 de junho de 2009

Como criança


Você se lembra do tempo em que era criança? Há uns dias atrás, entre amigos, recordamos alguns momentos da nossa infância. Qual era a brincadeira preferida? O aniversário inesquecível? Qual passeio ou viagem foram muito especiais? Qual foi a grande traquinagem que aprontamos? Rimos juntos das histórias que contamos ali. Lembrar da infância geralmente traz boas lembranças. Era uma época de inocência, não conhecíamos o orgulho, nem a arrogância. A criança é simples, humilde, e por ter pouca ou quase nenhuma experiência, ela é ensinável.

Depois de refletir sobre isso entendi melhor o que Jesus quis dizer na passagem de Lucas 18.16: “Jesus chamou a si as crianças e disse: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele’”.

Os pequeninos não duvidam, não tem medo de se entregar, não confiam em sua própria inteligência e não se fazem independentes.

Quando subiu ao trono, Salomão devia ter aproximadamente 20 anos. Ele era jovem e inexperiente, mas humilde o bastante para reconhecer isso. Ele era ensinável e queria aprender com o Grande Rei. “Ó Senhor, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me... Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal, pois quem poderia julgar a este grande povo?" (1Reis 3.7-9)

Jeremias também era novo quando recebeu o chamado para ser profeta. Ele disse: “Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança.” (Jeremias 1.6).

Algo me diz que é desses que Deus gosta – “o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes às crianças”. Quando o homem deixa de lado todo orgulho e arrogância que adquire ao longo da vida e se coloca diante de Deus como uma criança, Deus não resiste e faz dele uma grande pessoa! Salomão foi o homem mais sábio de Israel. Jeremias foi um grande profeta e sacerdote, que cumpriu sua missão com coragem e determinação em uma das épocas mais difíceis para o seu povo.

“Deixem vir a mim as crianças”. O melhor lugar para uma criança estar é perto de Jesus, ainda que essa criança seja você mesmo.

Não deixemos que a idade adulta leve embora o brilho e a humildade da criança que existe em cada um de nós. Sejamos como Davi que, como criança, aprendeu a se entregar completamente a Deus:

“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança. Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre!” Salmo 131

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ser humano não é ser Deus



Ah, o ser humano! Que bichinho inteligente Deus criou!

Basta parar um pouco, olhar para os lados e ver quanta coisa o homem desenvolveu, estudou, descobriu, inventou. Realmente somos seres muito inteligentes e muito capazes. Deus nos fez assim.

Mas foi exatamente essa inteligência (somada ao livre arbítrio), que levou o homem a querer ser independente de Deus. Cada vez mais conseguimos nos virar sozinhos, somos independentes uns dos outros, levamos a nossa própria vida como desejamos, tudo está ao nosso alcance, principalmente hoje, com toda essa tecnologia e a globalização.

Fico pensando como Deus nos enxerga. Apesar de toda capacidade humana, Deus é infinitamente maior que todos nós. Não há comparação, não estamos no mesmo patamar. Como disse Isaac Newton, “o que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano” e mesmo assim fazemos planos, certos de que podemos desenhar o futuro.

Ainda bem que Deus nos puxa a orelha de vez em quando e nos mostra quem realmente somos ao nos lembrar das nossas limitações. Gosto de meditar sempre no versículo que diz: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Lucas 12.25). Com todo o nosso conhecimento e a medicina avançada, “achamos” que adiamos a morte, mas é Deus quem define o dia em que nascemos e o dia em que morreremos. Nada do que façamos pode mudar isso!

Tiago, irmão de Jesus, já tinha aprendido essa lição quando disse: “Ouçam agora, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro’. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo’” (Tiago 4.13-15).

Para os orgulhosos é difícil admitir que Deus é realmente soberano e que a nossa vida, (70 anos, em média), não é nada diante de todos os anos da eternidade. Para os humildes admitir isso é ter certeza de proteção. É confortante saber que as coisas não dependem somente de mim, mas estão nas mãos de alguém que é muito mais capaz, inteligente e poderoso do que eu. E que Ele sabe, sempre, qual é o melhor caminho para mim.

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.” (Atos 17.24-25)

Quer planejar e dar passos certos rumo ao futuro? “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” (Provérbios 16.3).

“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” Atos 17.28.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O que vem depois?


Largar as rédeas, “perder” o controle, tirar as mãos do leme... como é difícil às vezes confiar plenamente. A gente insiste em tentar controlar a vida, administrar as variáveis, viver com os pés firmes no chão, sabendo sempre quais serão os próximos passos. É engraçado ver em algumas passagens da Bíblia como Deus fez questão de fazer surpresa sobre os acontecimentos seguintes.

“A palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez com esta ordem: ‘Vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu lhe darei’” (Jonas 3.1-2). A mesma coisa ele fez com Abrão: “Então o Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gênesis 12.1).

Por que Ele não fez um mapa para Abrão? E por que não disse a Jonas naquele momento qual era a mensagem para a cidade de Nínive?

Saber o que vai acontecer daqui a pouco nos dá uma certa segurança. Mas acho que não era esse tipo de sentimento que Deus queria gerar em Abrão e em Jonas. Ele queria que ambos confiassem totalmente nele, como uma criança confia em seus pais sabendo que eles não lhe farão mal.

A morte de Lázaro é outro bom exemplo. Os irmãos Lázaro, Marta e Maria eram amigos de Jesus. Aconteceu que Lázaro ficou doente e suas irmãs mandaram um recado ao Mestre avisando-o sobre Lázaro. Jesus sabia exatamente o que ia acontecer, tanto que comentou com os discípulos: “Essa doença não acabará em morte, é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela” (João 11.4). Ele falou isso entre os discípulos, mas não contou a Lázaro nem às suas irmãs.

Jesus ainda ficou mais dois dias onde estava e, nesse meio tempo, Lázaro morreu. Quem já perdeu algum querido sabe quanta tristeza a morte nos traz. Com Maria e Marta não foi diferente, elas estavam sofrendo e quando viram Jesus logo falaram: “Senhor, se estivesse aqui meu irmão não teria morrido” (João 11.21). Por que Jesus deixou que isso acontecesse? Por quê?

Para fortalecer a fé e a confiança deles em Deus. “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam.” (João 11.14-15). Na continuação da história vemos que Jesus ressucitou Lázaro e todos os que estavam ali creram.

Então esse é o propósito de Deus! Ele sempre deixa uma surpresinha no final para que possamos crer e confiar somente e totalmente nele! Não deve ter sido fácil para Abrão e Jonas obedecerem e confiarem plenamente. Mas o resultado dessa confiança ficou registrado na bíblia: Deus fez de Abrão uma bênção e por meio dele todos os povos da terra foram abençoados (Gênesis 12.2-3); toda a cidade de Nínive (mais de 120.000 pessoas) abandonaram seus maus caminhos e por isso não foram destruídos (Jonas 3.10).

“É melhor buscar refúgio no Senhor do que confiar nos homens” (Salmo 118.8).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fogo destruidor

Se você soubesse que brincar com fósforos poderia causar a destruição de 153 km2, 21 casas e matar ao menos sete pessoas, você ainda assim brincaria? Acho que não. Foi assim que começou um dos incêndios mais devastadores da Califórnia, em outubro de 2007. Um menino de dez anos admitiu ter iniciado o incêndio quando brincava de pôr fogo em uma escova no quintal de casa*. Uma ação tão pequena e “inocente” que tomou proporções gigantes e teve consequências irreparáveis.

É assim que Tiago nos alerta sobre o perigo da língua. “A língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade... contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno” (Tiago 3.5-6).

Forte, não? “Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero” (Tiago 3.7-8).

Como pode um músculo tão pequeno causar tanto mal? Na verdade a língua é uma faca de dois gumes: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus... meus irmãos, não pode ser assim!” (Tiago 3.9-10).

Mesmo depois de sermos renovados por Deus, percebemos que o pecado continua habitando em nós. Há uma mistura de corrupção em cada coisa que fazemos pois a velha natureza ainda está lá, convivendo com a nova. Veja o desabafo do apóstolo Paulo em Romanos 7.19-20: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”.

Por isso que Domínio Próprio é um fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23). Devemos submeter a nossa língua à Deus e pedir ajuda a Ele para controlá-la. “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Davi, Salmo 141).

“A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” (Provérbios 18.21).

*Fonte: G1

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O caderno

Ela acordou e sentou-se na cama. Precisava seguir, tinha que encontrar forças para viver mais um dia. As últimas semanas tinham sido tão difíceis! Parece que o mundo resolveu virar as costas para ela e pela primeira vez, ela se sentiu só. Queria chorar, gritar, pedir socorro, mas não tinha forças, foi a nocaute no terceiro round. Um problema só era pouco, parecia que tudo tinha dado errado. Problemas em casa, no emprego, com os filhos, conflitos pessoais e agora uma doença. Ela precisava de ajuda, mas não conseguia nem levantar da cama naquela manhã.

Virou para o lado e viu o criado mudo. Hoje aquele amigo quieto queria falar. Embaixo dos livros ela viu um caderno empoeirado. O caderno era seu, mas há muito tempo não o via. Quando foi mesmo a última vez que o abri?, ela pensou. Abriu e folheou algumas páginas. “Muito obrigada Senhor! Obrigada por ter salvo meu irmão da morte naquele acidente! Maio/1989”. Pulou algumas páginas e leu: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará. Hoje vi que esse versículo é verdadeiro quando Deus proveu o dinheiro que faltava para pagar a prestação da casa. Janeiro/1993”. Ela se ajeitou na cama, seus olhos saltaram e ela começou a ler outra página. “Deus é Deus do impossível. Ele curou meu filho de uma doença inexplicável. Os médicos ficaram boquiabertos e tiveram que reconhecer que realmente somente Deus poderia tê-lo curado. Aleluia! Setembro/1995.” “Obrigada pela chuva de hoje. Ela aliviou a bronquite da minha filhinha. Obrigada por se importar com as pequenas coisas também, Senhor. Julho/1996.”

Ela se animou e leu páginas e páginas nos minutos seguintes. Tinha se lembrado do que era aquele caderno. Há muitos anos tinha decidido colocar no papel os “presentes” que recebia em sua vida. “O homem tem memória curta”, ela dizia, “Não quero ser ingrata com Deus”. E ao ler algumas frases ela lembrou de tudo pelo que já havia passado e de tudo o que Deus havia feito por ela. Começou a ler em voz alta os versículos que tinha escrito ali. “O Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações (Salmo 100.5); “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre prsente na adversidade (Salmo 46); “Eu porém, confio em teu amor, o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito (Salmo 13. 5-6)”.

Lágrimas rolaram pelo seu rosto. Os acontecimentos dos últimos dias fizeram com que ela se esquecesse do poder de Deus, do poder da oração. Tiago disse “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores... a oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5.13,16).

E então ela orou. De coração, com convicção, com fervor. E o Senhor ouviu.

“Bendiga o Senhor a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos!” Salmo 103.2