sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ser humano não é ser Deus



Ah, o ser humano! Que bichinho inteligente Deus criou!

Basta parar um pouco, olhar para os lados e ver quanta coisa o homem desenvolveu, estudou, descobriu, inventou. Realmente somos seres muito inteligentes e muito capazes. Deus nos fez assim.

Mas foi exatamente essa inteligência (somada ao livre arbítrio), que levou o homem a querer ser independente de Deus. Cada vez mais conseguimos nos virar sozinhos, somos independentes uns dos outros, levamos a nossa própria vida como desejamos, tudo está ao nosso alcance, principalmente hoje, com toda essa tecnologia e a globalização.

Fico pensando como Deus nos enxerga. Apesar de toda capacidade humana, Deus é infinitamente maior que todos nós. Não há comparação, não estamos no mesmo patamar. Como disse Isaac Newton, “o que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano” e mesmo assim fazemos planos, certos de que podemos desenhar o futuro.

Ainda bem que Deus nos puxa a orelha de vez em quando e nos mostra quem realmente somos ao nos lembrar das nossas limitações. Gosto de meditar sempre no versículo que diz: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Lucas 12.25). Com todo o nosso conhecimento e a medicina avançada, “achamos” que adiamos a morte, mas é Deus quem define o dia em que nascemos e o dia em que morreremos. Nada do que façamos pode mudar isso!

Tiago, irmão de Jesus, já tinha aprendido essa lição quando disse: “Ouçam agora, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro’. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo’” (Tiago 4.13-15).

Para os orgulhosos é difícil admitir que Deus é realmente soberano e que a nossa vida, (70 anos, em média), não é nada diante de todos os anos da eternidade. Para os humildes admitir isso é ter certeza de proteção. É confortante saber que as coisas não dependem somente de mim, mas estão nas mãos de alguém que é muito mais capaz, inteligente e poderoso do que eu. E que Ele sabe, sempre, qual é o melhor caminho para mim.

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.” (Atos 17.24-25)

Quer planejar e dar passos certos rumo ao futuro? “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” (Provérbios 16.3).

“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” Atos 17.28.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O que vem depois?


Largar as rédeas, “perder” o controle, tirar as mãos do leme... como é difícil às vezes confiar plenamente. A gente insiste em tentar controlar a vida, administrar as variáveis, viver com os pés firmes no chão, sabendo sempre quais serão os próximos passos. É engraçado ver em algumas passagens da Bíblia como Deus fez questão de fazer surpresa sobre os acontecimentos seguintes.

“A palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez com esta ordem: ‘Vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu lhe darei’” (Jonas 3.1-2). A mesma coisa ele fez com Abrão: “Então o Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gênesis 12.1).

Por que Ele não fez um mapa para Abrão? E por que não disse a Jonas naquele momento qual era a mensagem para a cidade de Nínive?

Saber o que vai acontecer daqui a pouco nos dá uma certa segurança. Mas acho que não era esse tipo de sentimento que Deus queria gerar em Abrão e em Jonas. Ele queria que ambos confiassem totalmente nele, como uma criança confia em seus pais sabendo que eles não lhe farão mal.

A morte de Lázaro é outro bom exemplo. Os irmãos Lázaro, Marta e Maria eram amigos de Jesus. Aconteceu que Lázaro ficou doente e suas irmãs mandaram um recado ao Mestre avisando-o sobre Lázaro. Jesus sabia exatamente o que ia acontecer, tanto que comentou com os discípulos: “Essa doença não acabará em morte, é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela” (João 11.4). Ele falou isso entre os discípulos, mas não contou a Lázaro nem às suas irmãs.

Jesus ainda ficou mais dois dias onde estava e, nesse meio tempo, Lázaro morreu. Quem já perdeu algum querido sabe quanta tristeza a morte nos traz. Com Maria e Marta não foi diferente, elas estavam sofrendo e quando viram Jesus logo falaram: “Senhor, se estivesse aqui meu irmão não teria morrido” (João 11.21). Por que Jesus deixou que isso acontecesse? Por quê?

Para fortalecer a fé e a confiança deles em Deus. “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam.” (João 11.14-15). Na continuação da história vemos que Jesus ressucitou Lázaro e todos os que estavam ali creram.

Então esse é o propósito de Deus! Ele sempre deixa uma surpresinha no final para que possamos crer e confiar somente e totalmente nele! Não deve ter sido fácil para Abrão e Jonas obedecerem e confiarem plenamente. Mas o resultado dessa confiança ficou registrado na bíblia: Deus fez de Abrão uma bênção e por meio dele todos os povos da terra foram abençoados (Gênesis 12.2-3); toda a cidade de Nínive (mais de 120.000 pessoas) abandonaram seus maus caminhos e por isso não foram destruídos (Jonas 3.10).

“É melhor buscar refúgio no Senhor do que confiar nos homens” (Salmo 118.8).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fogo destruidor

Se você soubesse que brincar com fósforos poderia causar a destruição de 153 km2, 21 casas e matar ao menos sete pessoas, você ainda assim brincaria? Acho que não. Foi assim que começou um dos incêndios mais devastadores da Califórnia, em outubro de 2007. Um menino de dez anos admitiu ter iniciado o incêndio quando brincava de pôr fogo em uma escova no quintal de casa*. Uma ação tão pequena e “inocente” que tomou proporções gigantes e teve consequências irreparáveis.

É assim que Tiago nos alerta sobre o perigo da língua. “A língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade... contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno” (Tiago 3.5-6).

Forte, não? “Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero” (Tiago 3.7-8).

Como pode um músculo tão pequeno causar tanto mal? Na verdade a língua é uma faca de dois gumes: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus... meus irmãos, não pode ser assim!” (Tiago 3.9-10).

Mesmo depois de sermos renovados por Deus, percebemos que o pecado continua habitando em nós. Há uma mistura de corrupção em cada coisa que fazemos pois a velha natureza ainda está lá, convivendo com a nova. Veja o desabafo do apóstolo Paulo em Romanos 7.19-20: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”.

Por isso que Domínio Próprio é um fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23). Devemos submeter a nossa língua à Deus e pedir ajuda a Ele para controlá-la. “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Davi, Salmo 141).

“A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” (Provérbios 18.21).

*Fonte: G1