quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

É Natal!



A maldade aumentou, o amor de muitos se esfriou. Alguns são capazes de "amar" pessoas que conhecem apenas virtualmente, mas não são capazes de se comoverem e estenderem a mão àquele que está próximo. Nações se levantam contra nações disputando poder, mesmo quando o objetivo deveria ser comum (a preservação do planeta discutida em Copenhagen, por exemplo). Vemos irmãos traindo irmãos, pais matando os filhos e filhos matando os pais. O mundo está do avesso, é o que ouvimos por aí. Há esperança?

Sim! Essa esperança nasceu há 2009 anos atrás. Deus amou esse mundo maluco de tal maneira que enviou seu Filho Jesus para viver entre nós. Aliás, é isso o que o nome de Jesus significa: Deus conosco.

Deus entrou nesse mundo como um bebê. Há uma música muito linda do João Alexandre chamada Memórias (ouça aqui). A letra é uma narração da vida de Jesus, do ponto de vista de Maria, sua mãe. Jesus foi bebê e como todos nós mamou, chorou, teve cólicas, engatinhou até dar seus primeiros passos, brincou, despertou sorrisos (como todo bebê)... É diferente pensar no Filho de Deus vivendo como um ser humano comum, mas foi exatamente isso o que Deus fez: enviou esperança a "todos os povos, uma luz para mostrar o caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao povo de Israel" (Lucas 2.31-32).

O Natal é a época de celebrar o nascimento de Jesus, o nascimento da esperança que consola e salva a todos os que nele crêem.

Nessa época não fique triste nem se preocupe demais com a festa, os convidados, a comida e os presentes. Celebre a esperança e dê espaço para Jesus nascer (ou renascer) em sua vida.

"Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor... Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo... seu reino jamais terá fim" (Lucas 2.11, 1.32-32)

Feliz Natal a todos!

Aline Cândido

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Morte



 “Mas Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse.” (Atos 2.24).

Você sabe de quem este texto está falando? Não é de Moisés, aquele grande homem que conduziu o povo israelita para a Terra prometida. Também não é sobre Paulo, o homem que passou de fariseu a apóstolo e fez grandes viagens missionárias em sua época. Também não é sobre Davi, o rei que era segundo o coração de Deus. Esse texto também não é sobre Gandhi, Allan Kardec ou Maomé. Todos estes morreram e seus corpos sofreram decomposição, viraram pó. A morte chegou para todos, menos para um.

Saúde, dinheiro, prosperidade... essas coisas qualquer um pode conseguir e muitas religiões fazem “propaganda” destes itens para atrair seguidores. Mas quem é que, uma vez morto, consegue ressuscitar? Quem desafiou e venceu a morte, rompendo seus laços? Foi Ele, o único – Jesus Cristo, filho de Deus. “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25).

Muitas religiões podem te dar uma “boa vida”, mas somente Jesus pode fazê-lo vencer a morte, como Ele fez. Essa é a essência do cristianismo. Se você não deseja isso mas deseja todas as outras coisas, não me leve a mal, mas seu cristianismo é raso. Peça a Deus para ampliar a sua visão, enxergue além dessa vida.

Se o cristianismo serve somente para você, não é cristianismo. Deus nos leva a ter compaixão por outros como Ele teve por nós. “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo o que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

 Você que é mãe ou pai deve imaginar o tamanho do sacrifício que seria dar o seu filho por alguém. Agora imagine entregar o seu filho por alguém que não merece. Foi isso o que Deus fez, esse é o tamanho do amor dEle por nós. “Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.7-8).

Esse é o meu Deus - Ele está vivo! “Ele acabou com o poder da morte e, por meio do evangelho, revelou a vida que dura para sempre” (2Timóteo 1.10).

Lembre-se disso: os que crêem nele, ainda que morram, viverão eternamente. De que lado você está?

Aline Cândido 

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Entrega



Pense no valor do seu salário e multiplique esse valor por dez. É sério, faça a conta! O que você faria com esse dinheiro? Ele equivale a quase um ano de trabalho! Talvez você esteja desempregado, mas tenha um bem; talvez um imóvel, um veículo, ou uma poupança que guardou para sua velhice. Pois bem, leia a passagem abaixo antes de continuarmos o assunto:

“Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele. Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragância do perfume.
Mas um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo, fez uma objeção: “Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam 300 denários”. Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado.
Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento. Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão” (João 12.1-8).


Os três irmãos aparecem novamente em mais uma passagem da bíblia. Lázaro abriu a casa para receber a Jesus e lhe ofereceu um jantar. Marta, sua irmã, a tarefeira, não podia estar fazendo outra coisa senão servindo aos convidados. Maria entra em cena e novamente nos surpreende com sua atitude. Sabe aquele bem precioso que você tem? Talvez nem tenha tanto valor monetário, mas é precioso pra você? Pode ser seu filho, seus pais, seu emprego, seu dinheiro, sua própria vida ou algo que é muito valioso nos dias de hoje: seu tempo. Pois é, Maria não pensou duas vezes e derramou o perfume caro sobre os pés de Jesus, um perfume que valia quase um ano de salário de um trabalhador braçal da época.

Ninguém sabia, mas Jesus morreria depois de alguns dias. Se você soubesse disso o que faria? Provavelmente ia querer passar mais tempo com Ele, talvez fazer-lhe uma homenagem, talvez abrir seu coração e confessar suas falhas, pedir perdão. Algumas pessoas dizem que quando ficarem velhinhas e tiverem mais tempo vão frequentar a igreja e fazer caridade, mas Jesus disse “os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão”. Pense nisso, deixar pra depois pode ser perigoso. Salomão disse: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis...” (Eclesiastes 12.1).

E pensar que Judas trocou Jesus por muito menos. Ele o traiu por 30 moedas de prata, dez vezes menos do que Maria entregou ao Mestre!
Não quero nos comparar com Judas, mas quantas vezes trocamos Deus por outras coisas menos valiosas? Trocamos Deus por algumas horas a mais de sono, pela televisão ou computador, pelo trabalho... Ainda bem que o amor dEle por nós não muda e sempre podemos nos arrepender e voltar para Ele. Jesus não amou mais a Maria do que a seus irmãos, mas ela com certeza foi recompensada por entregar a Jesus o que lhe era mais precioso. E você? O que quer entregar a Jesus nesse dia?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tá pesado?





Num dia de sol escaldante, em uma estrada de terra, havia um viajante andando a pé para o seu destino. Ele carregava uma trouxa de tecido enorme com todos os seus pertences dentro. Imagine uma trouxa de tecido grande e pesada. Multiplique o peso e o tamanho por dois e você saberá o tamanho da carga que aquele viajante estava carregando. O peso fazia-o curvar em direção ao chão e ele já não podia mais andar com facilidade. 
Ao passar pelo homem, um dos carroceiros parou. Ele olhou para o viajante e se compadeceu, resolveu dar-lhe uma carona, afinal estava indo para a mesma direção.
– Suba aqui! - disse o carroceiro. Com muito esforço o viajante subiu, sentou-se ao lado do motorista e juntos seguiram viagem.
Depois de algumas horas o motorista olhou para o homem ao seu lado e viu que a expressão em seu rosto continuava cansada. Ele ficou surpreso ao ver que o viajante, mesmo sentado na carroça, continuava com a trouxa de tecido pesada sobre seus ombros.
– Por que é que você ainda está carregando todo esse peso? - disse o carroceiro - Eu já lhe dei o alívio que você precisava!

Com o passar dos anos a vida coloca sobre os nossos ombros uma carga pesada. No início não sentimos o peso, tiramos de letra todas as situações que vêm pela frente. Mas aí chegam as dificuldades, os conflitos pessoais (internos ou externos), os problemas no trabalho, na família, financeiros e de saúde. Quem não tem problemas que seja arrebatado nesse exato momento! Caminhamos pela vida de olhos baixos, muitas vezes prostrados, completamente cansados. De vez em quando nos lembramos das palavras de Jesus:

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11.28-30).

Dizemos “amém” e pegamos uma carona com o carroceiro. Continuamos a jornada sem porém aliviar o peso das nossas costas. Por quê?

“Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim”. “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo” (João 14.1,27).

Quanta paz o Filho de Deus tem? Nenhum livro, nenhuma filosofia, nenhuma música que você cante pode te dar a paz que Jesus dá. O mundo oferece paz temporária. “Com um pouquinho mais de dinheiro você terá paz”. “Se você comprar esse carro ou aquela casa você terá paz”. “Se você mudar de emprego terá paz”. “Sabedoria em 10 passos – esse é o livro que você precisa para ter paz”. Tsc tsc. O mundo te dá paz e no outro instante a toma de volta. O que vem de Deus porém é completo e eterno. “A minha paz lhes dou”. Jesus promete e cumpre, mas parece que nós sempre damos um jeitinho de continuar com o fardo nas costas.
Em Jeremias 2.13 diz assim: “O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água.”

Que idéia burra! Você cavaria um poço para achar água se tivesse acesso à fonte de água viva? Por que resistimos aos cuidados de Deus? Ajuste sua mente hoje, creia em Deus, confie nele e escolha o que é eterno.

Aline Cândido

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Muito prazer, sou o Espírito Santo!




"Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram". Jó 42.5

Você certamente já ouviu falar do Espírito Santo. Pode até não saber direito quem ele é e o que faz, mas já ouviu algo a respeito.
Quando eu era criança imaginava o Espírito Santo como uma "fumaça" que entrava dentro das pessoas. Ah, não ria, vai! Imaginar fisicamente Deus e Jesus era mais fácil, mas nunca ninguém me falou como o Espírito Santo era!

Mais tarde aprendi que o Espírito Santo é uma pessoa, é o próprio Deus que habita em nós. Ouvi uma explicação de uma amiga e nunca mais esqueci. Ela disse que Deus é como a água, que pode se apresentar em três estados: sólido (gelo), líquido e gasoso (vapor). Apesar de diferentes os três são água. Assim é Deus em seus três estados:
- Deus Pai, o criador de todas as coisas;
- Jesus, o filho de Deus, que desceu a esse mundo e viveu como homem durante 33 anos;
- e o Espírito Santo, o Consolador (ou Conselheiro) que Jesus prometeu enviar assim que Ele voltasse para o Pai.

"Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês". (João 14.16-17)

Então o Espírito Santo é o próprio Deus, vivendo conosco e em nós, para sempre! Mas como disse Jó, uma coisa é ouvir falar, outra é "ver com os próprios olhos".
Foi isso o que aconteceu com os primeiros discípulos que estavam reunidos em Jerusalém, no dia de Pentecoste. Eles experimentaram o Espírito Santo, foram batizados.

"Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava." Atos 2.1-4

Muito se fala a respeito do batismo do Espírito Santo e há opiniões diferentes sobre o assunto. Mas repare em algo importante, na última frase do versículo acima. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e receberam uma capacidade que não tinham. Na ocasião foi a capacidade de falar em outras línguas, afinal era necessário que o evangelho fosse difundido pelo mundo afora e nada melhor do que anunciá-lo aos estrangeiros que estavam naquela reunião. "Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo" (Atos 2.5). E cada um deles ouviu as maravilhas de Deus em sua própria língua (Atos 2.12). Incrível! Só sendo Deus para capacitar "caipiras" (galileus) a falarem outros idiomas.

Mas voltemos à capacidade. O Espírito Santo sempre dá às pessoas dons, "visando o bem comum" (1Coríntios 12.7). Essa intervenção sobrenatural de Deus, supre necessidades que estão além da nossa capacidade natural. Isso é o poder de Deus sendo conhecido por meio dos dons. Em 1Coríntios 12.7-11, Paulo apresenta uma lista de dons, mas não vamos falar sobre isso agora (deixemos esse assunto para outro texto). O importante agora é saber que o Espírito Santo não é uma fumaça, e que uma porção de seu poder é dada a cada cristão para abençoar outras pessoas.

Que capacidade Deus te deu (ou quer te dar) para ser usada em benefício de outros?

Aline Cândido

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Seu trabalho, suas conquistas



Você trabalhou o ano todo, deu um duro danado e conseguiu atingir seus objetivos. Comprou um carro, uma casa, algo que você queria e batalhou para conseguir.

"Parabéns você conseguiu!" ou "Graças a Deus que, dia após dia, nos enche de benefícios!"?

"Meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das Luzes, que não muda como sombras inconstantes" (Tiago 1.16-17).

Salomão foi o homem mais sábio do mundo e no livro de Eclesiastes ele registrou suas reflexões sobre o homem e o trabalho. Veja a conclusão dele: "Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus" (Eclesiastes 3.13). Ou seja, o homem deve desfrutar do resultado do seu trabalho, mas até isso é um presente de Deus. Você trabalhou e conseguiu (sim!), mas porque Deus permitiu e concedeu isso a você como um presente.

"Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama" (Salmo 127.1-2).

Às vezes nos orgulhamos tanto dos nossos feitos e nos esquecemos da soberania de Deus e de sua influência em nossas vidas.

"Quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e a ser feliz em seu trabalho, isso é um presente de Deus" (Eclesiastes 5.19)

Exercitar a memória é a melhor maneira de ser grato e humilde perante Deus. O conselho para o povo judeu em Deuteronômio 6.10-13 também vale para nós nos dias de hoje:

"O Senhor, o seu Deus, os conduzirá à terra que jurou aos seus antepassados... dar a vocês, terra com grandes e boas cidades que vocês não construíram, com casas cheias de tudo o que há de melhor, de coisas que vocês não produziram, com cisternas que vocês não cavaram, com vinhas e oliveiras que vocês não plantaram. Quando isso acontecer, e vocês comerem e ficarem satisfeitos, tenham cuidado! Não esqueçam do Senhor que os tirou do Egito, da terra da escravidão. Temam o Senhor, o seu Deus, e só a ele prestem culto, e jurem somente pelo seu nome."

"Nunca me deixes esquecer, que tudo o que tenho, tudo o que sou, e o que vier a ser, vem de ti Senhor!" (Ana Paula Valadão)

Aline Cândido

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ele ainda fala. Você ouve?




“Como Deus fala com você?”. Ouvi essa pergunta de uma amiga e passei vários dias pensando sobre o assunto.

Acho que todo mundo gostaria de ter uma experiência como a do personagem do livro A Cabana. Na história, Deus marcou um encontro com Mack, e ele pôde falar pessoalmente com Deus. Já pensou como seria isso?

Moisés soube. “Deus disse: Quando há profetas entre vocês, eu apareço a eles em visões e falo com eles em sonhos. Com o meu servo Moisés é diferente... eu falo com ele face a face, claramente, e não por meio de comparações; ele até já viu a minha forma!” (Números 12.6-8). Sem dúvida deve ser uma experiência tremenda, mas Deus também fala conosco de outras maneiras “menos comuns”.

O autor de Hebreus diz: “Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos antepassados, mas nestes últimos tempos ele nos falou por meio do seu Filho” (Hebreus 1.1). Além de usar sonhos, visões e enigmas, Deus também falou através de Jesus. Em João 14.9, Jesus disse: “Quem me vê vê também o Pai”. Ouvi-lo era como ouvir o próprio Deus falar.

Mas Jesus não está mais entre nós, e agora? Depois que ressuscitou e subiu aos céus, Ele enviou o Espírito Santo. E até hoje o Espírito Santo fala àqueles que o buscam e tornam-se sensíveis à sua voz.

Na minha opinião, uma das maneiras mais curiosas que Deus usa para falar conosco, é através da bíblia. Deus nos faz compreender a nossa vida (ou o momento que estamos vivendo) através das Escrituras.

Foi através das Escrituras que os judeus identificaram que Deus mandaria um Messias. Foi orando e lendo as Escrituras que Pedro entendeu que, a traição de Judas e a morte de Jesus, tinham que acontecer para se cumprir o propósito de Deus.
“Meus irmãos, tinha de acontecer aquilo que o Espírito Santo, por meio de Davi, disse nas Escrituras Sagradas a respeito de Judas” (Atos 1.16).
Inspirado por Deus, Davi havia escrito:
“Até o meu melhor amigo, em quem eu tanto confiava, aquele que tomava refeições comigo, até ele se virou contra mim” (Salmo 41.9).
Buscando um pouco mais, Pedro entendeu, através das Escrituras, que eles deveriam colocar um substituto no lugar de Judas.
“Que outra pessoa faça o trabalho que ele fazia!” (Salmo 109.8).

No capítulo 2 de Atos, Pedro citou várias partes das Escrituras que revelavam exatamente a situação que eles estavam vivendo no momento (versículos 16-21, 25-28, 31, 34-35). Deus usou textos antigos para falar no presente.
 
Isso já aconteceu com você? Deus já te mostrou na bíblia passagens que revelavam literalmente o momento que você estava vivendo? O Espírito Santo ainda interpreta e aplica as Escrituras continuamente nos dias de hoje. Mas isso exige de nós que busquemos a Deus em oração e sejamos perseverantes.

Vejo que a bíblia é como um tesouro escondido. Só quem busca a fundo e persiste em oração consegue encontrar as maiores joias que Ele reservou para nós.

“Se você me chamar, eu responderei e lhe contarei coisas misteriosas e maravilhosas que você não conhece” (Jeremias 33.3).

Aline Cândido

sábado, 3 de outubro de 2009

Em boa companhia



Diga-me com quem andas e te direi quem és. Provérbio popular antigo, mas será que é 100% verdadeiro?

Jesus escolheu algumas pessoas para ficarem mais próximas a ele. Os escolhidos passariam mais tempo com Jesus, ouviriam seus ensinamentos e também o veriam agir. Mais tarde eles teriam a tarefa de ir por todo o mundo e ensinar a outros o que tinham aprendido (Mateus 28.19-20).

Se você estivesse no lugar de Jesus, quem escolheria? Pessoas íntegras, “CDFs”, que tivessem as mesmas opiniões que você? Afinal isso facilitaria o convívio! Pois é. Jesus escolheu um grupo heterogêneo e algumas figuras inacreditáveis. Veja só:

Pedro – um rude pescador, “cabeça dura”, firme, decidido, petulante e impetuoso. Falava primeiro, pensava depois. Convicto, agia por impulso. O mesmo Pedro que andou sobre as águas e reconheceu Jesus como Filho de Deus, cortou a orelha do soldado que prendeu Jesus e negou que o conhecia por três vezes. Você conhece um “cabeça dura” como Pedro?

André – pescador, talvez um “caxias”; era um dos discípulos de João Batista e foi um dos primeiros a seguir Jesus. Contou a novidade a Pedro, seu irmão, e o levou a Cristo.

Tiago e João – dois irmãos que também eram pescadores. Mimados pela mãe, parece que o “poder” subiu à cabeça dos dois. Quando um certo povoado não os recebeu bem, eles perguntaram a Jesus “- Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?” (Lucas 9.54).
Que petulância, não? Se tinham algum poder é porque o próprio Jesus tinha dado a eles. Eles só não tinham entendido ainda como esse poder deveria ser usado. Em outra passagem os dois pedem a Jesus “- Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda” (Marcos 10.37). Queriam sucesso, glória, fama, queriam ser “vice-rei dos céus”. Com o passar do tempo e aprendendo com Jesus, eles mudaram. João quando escreveu o Evangelho foi tão humilde que não fez referência ao próprio nome!

Filipe – uma pessoa prática, objetiva, com raciocínio lógico. Na 1ª multiplicação dos pães, quando questionado por Jesus como iriam dar de comer a toda aquela gente, Filipe raciocinou matematicamente e disse que 200 denários* não seriam suficientes (João 6.1-7).

Tomé – quem não conhece a fama de Tomé? Várias passagens mostram que ele era racional. Tinha que ver para crer. Acreditar só no que vemos e sentimos nos mantêm presos à nossa própria gaiola, mas Jesus não desconsiderou Tomé por causa disso. Apresentou-se à Ele ressurreto convidando-o à tocá-lo, a chegar perto. Você conhece alguém como Tomé? Talvez você pense que essa pessoa nunca vai acreditar em Deus. Lembre-se de Tomé!

Simão, o zelote – imagine um judeu super nacionalista e anti-imperialista. Os zelotes queriam libertação da opressão de Roma mesmo que isso significasse luta armada e custasse a própria vida. Simão era radical, talvez como um terrorista nos dias de hoje. Como alguém tão extremista poderia estar no grupo dos doze discípulos?

Mateus – fiscal do Imposto de Renda, visto pelo povo como “cagueta”, traidor e ladrão. Cobrava impostos dos judeus para entregar a Roma. Malquisto pelos romanos e malquisto pelos judeus. Rico por fora, pobre por dentro. Imagine só Mateus e Simão Zelote no mesmo grupo? Só Jesus mesmo pra fazer uma coisa dessas!

Judas Tadeu – queria aprender mais sobre Jesus fazendo-lhe perguntas. O que há de mal em ser curioso e querer aprender? Judas Tadeu aproveitava cada momento ao lado de Jesus.

Bartolomeu e Tiago, filho de Alfeu – a bíblia traz pouca informação sobre os dois.

Judas Iscariotes – não precisa falar muito sobre ele, seus atos falam por si só. Ganancioso e mentiroso, traiu Jesus por 30 moedas de prata. Judas era ladrão; “sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado” (João 12.6).

Talvez você não escolhesse um ladrão para estar no seu grupo, mas Jesus escolheu. Certa ocasião Jesus disse: “- Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes... eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mateus 9.12-13).

Diferentemente de alguns de nós, Jesus não tomou a forma do seu grupo, mas os influenciou e ensinou, transformando-os. Esse mesmo grupo (com exceção de Judas Iscariotes) permanceu unido depois da ressureição de Jesus (Atos 1.13-14). “Todos se reuniam sempre em oração”, aguardando a promessa de Deus – o Espírito Santo.

Que lindo trabalho Jesus fez com esses doze discípulos! Se Ele escolheu essas doze figurinhas por que não escolheria eu e você? Há esperança para nós! ;o)

Aline Cândido

*O denário era uma moeda de prata equivalente à diária de um trabalhador braçal.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Jardineira por um dia


 
Numa manhã ensolarada resolvi cuidar das minhas plantas. Eu tinha comprado um envelope com sementes e decidi plantá-las naquele dia. Li as instruções, preparei a terra, os vasos e abri o envelope. Eu sou leiga no assunto, reconheço. Já havia plantado uma árvore e transplantado algumas mudas, mas exceto pelo grão de feijão que plantamos na escola, nunca plantei uma semente.

Quando abri o envelope fiquei maravilhada com o tamanho das sementes - minúsculas, do tamanho de um cisco. Olhei de novo para o envelope que apresentava uma foto linda da flor já em idade adulta e pensei “não é possível que esse cisco se transforme nessa flor”!

Aquilo me fez pensar muito sobre o assunto. Tudo, por maior que seja, começa pequeno. Uma grande amizade começa com um “oi”. Um grande amor começa com um olhar. Um milhão de dinheiros começam com alguns centavos. Um livro de muitas páginas começa com algumas palavras. Uma pessoa começa com um embrião. Uma planta começa com uma semente.

“O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos” (Mateus 13.31-32).

A promessa no envelope era de que a semente germinaria em 10 dias. Enquanto isso eu teria que me contentar em olhar para os vasos cheios de terra e torcer para que desse tudo certo (além de regar todos os dias, claro). Não sei você, mas eu sou uma pessoa um pouco ansiosa. Facilmente ficaria tentada a remexer a terra para ver se a semente estava mesmo germinando. Isso seria inútil, é claro. Como disse Paulo: um planta, outro colhe, mas é Deus quem dá o crescimento (1Coríntios 3.6-7).

Mateus também falou algo interessante sobre sementes. “O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita” (Marcos 4.26-29).

Veja que interessante este texto. O Reino de Deus começa pequeno dentro de nós, como uma semente. Se ela cair em boa terra, germina e cresce ao seu tempo. Esse crescimento pode até parecer invisível no começo, mas logo o talo da planta aparece, depois a espiga e depois os grãos. Você começa a dar frutos e continua crescendo no conhecimento e na sabedoria de Deus, até que quando já está “maduro”, é “colhido”.

“Aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6). Uma grande obra começa com um tijolo.
O que você tem semeado por aí? Estamos sempre semeando palavras e atitudes em nossas vidas e na vida de outros, sejam sementes boas ou ruins. Por isso fomos alertados: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.” (Gálatas 6.7).

Faça a sua parte: semeie o bem. Deus dará o crescimento.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Espírito Santo

Depois de morrer e ressuscitar, Jesus apareceu a mais de 500 pessoas por 40 dias (1Coríntios 15.6). Era necessário que os discípulos soubessem e tivessem certeza de que ele não era um fantasma. “Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho!” (Lucas 24.39). Jesus fez com que “caísse a ficha” dos discípulos e eles passaram a entender as escrituras que falavam a respeito do Messias na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos (Lucas 24.44).

Depois de crerem na ressureição de Cristo, eles estavam prontos para o que viria depois. Jesus disse: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra... Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo” (Atos 1.8;5).

Todos os que creram no evangelho foram batizados nas águas. O batismo nas águas marca o início de uma nova vida, indica o relacionamento de uma pessoa com Cristo. Jesus também foi batizado e na ocasião uma pomba desceu sobre ele - esse era o sinal que João Batista esperava para saber quem era o escolhido de Deus. “Então João deu o seguinte testemunho: ‘Eu vi o Espírito descer dos céus como pomba e permanecer sobre ele. Eu não o teria reconhecido, se aquele que me enviou para batizar com água não me tivesse dito: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo’. Eu vi e testifico que este é o Filho de Deus’” (João 1.32-34).

Mas então o que é ser batizado com o Espírito Santo?

Jesus disse que os discípulos receberiam PODER quando fossem batizados com o Espírito Santo. A palavra traduzida como "poder" vem do grego “dynamis”, que é a raiz de palavras como dinamite e dinâmico. Ou seja, o poder do Espírito Santo não é simplesmente uma explosão, mas uma explosão contínua, uma energia constante.

Isaías escreveu que o Espírito de Deus “dá sabedoria e entendimento, traz conselho e poder, dá conhecimento e temor do Senhor” (Isaías 11.2). O Espírito Santo ilumina, regenera, santifica e transforma! Ele dá aos cristãos tudo o que eles precisam para servir a Deus. Basta ler em Atos 2 o que aconteceu com os discípulos depois de terem recebido o Espírito. Passaram de medrosos a destemidos, e isso foi só o começo.

O batismo do Espírito Santo em Atos veio acompanhado de grandes acontecimentos como um vento forte, línguas de fogo e idiomas falados em várias nações do mundo. Mas maior do que isso é o poder que começa invisível dentro de nós e nos transforma completamente. Passamos a viver, falar, pensar e agir de maneira diferente, e a nossa vida passa a ser espelho da vida de Jesus. “Receberão poder e serão minhas testemunhas...”.

“Mas quanto a mim graças ao poder do Espírito do Senhor, estou cheio de força e de justiça, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (Miquéias 3.8)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Pronto-socorro bíblico

Não tenho facilidade para decorar versículos bíblicos, mas parece que alguns deles ficam gravados em nosso coração e surgem na nossa mente quando mais precisamos. É o pronto-socorro bíblico.

Um dos meus versículos preferidos é o que está em Filipenses 4.6-7:
"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus".

O que você faz quando bate aquela ansiedade? Ouve música, lê um livro, come um chocolate, toma chá ou mesmo um calmante? Isso e outras coisas amenizam os efeitos da ansiedade, mas se quiser tratar a causa (ou como dizem, cortar o mal pela raiz), é em Filipenses que encontramos a solução.

Simples. Paulo diz para não ficarmos ansiosos com nada. Quando a ansiedade nos domina, ela rouba o nosso tempo, nossa vida e nossa saúde.

A solução? Coloque a causa da ansiedade diante de Deus. Conte pra ele, mesmo que pareça pequeno. Entregue tudo. E faça isso com um coração agradecido. É muito fácil "chorar as pitangas", mas Paulo diz para agradecermos também.

O resultado? Paz. Não qualquer paz, mas a paz de Deus. Concordo com Paulo quando ele diz que ela "excede todo o entendimento". Realmente não dá pra explicar a paz de Deus. Só experimentando pra saber. Essa paz VERDADEIRA guardará nosso coração e nossa mente em Cristo Jesus.

"O homem que se ajoelha diante de Deus pode levantar-se diante de qualquer situação" (Louis H. Evans)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ela nasceu!

Voltar às origens, rever conceitos, entender princípios. Quando o assunto é igreja é bom voltar à época de seu nascimento para saber como e para que ela foi criada. Que tal ler o livro de Atos dos Apóstolos? Ele foi escrito por Lucas, um médico e pesquisador da Antioquia, terceira maior cidade do império Romano na época de Jesus. Lucas não era judeu, ou seja, não tinha em seu currículo as tradições religiosas desse povo. Você está pronto para deixar de lado as tradições e a religiosidade, e ser cristão de verdade? Então vamos juntos!

“Depois da sua morte, Jesus apareceu aos discípulos de muitas maneiras, durante 40 dias, provando, sem deixar dúvida nenhuma, que estava vivo... Um dia, quando estava com os apóstolos, Jesus deu esta ordem: - Fiquem em Jerusalém e esperem até que o Pai lhes dê o que prometeu, conforme eu disse a vocês. Pois de fato, João batizou com água, mas daqui a poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo... Quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra” (Atos 1.3-5,8).

Imagine que você possa voltar no tempo e estar ali, no meio daquele grupo que recebeu essa ordem de Jesus. A palavra é ESPERAR. Esperar por algo que você não faz idéia do que é e nem quando vai acontecer. Dá pra controlar a ansiedade e esperar pacientemente? Aquele pequeno grupo fez isso junto, eles permaneceram unidos. Eles tinham UMA ordem, UM objetivo comum, e passaram a se reunir sempre em Jerusalém (Atos 1.14). Nesse tempo que passavam juntos eles começaram a se conhecer melhor, a conviver uns com os outros e a compartilhar tudo o que tinham. Nem tudo são flores na convivência diária com outras pessoas, mas é assim, vivendo em igreja, que aprendemos a dividir, a ajudar e suportar o outro, a ser cuidado, a ser corrigido...

Cristianismo não se vive sozinho. Jesus não falou com uma pessoa, mas com um grupo de discípulos. O batismo com o Espírito Santo não foi prometido para um, mas para um grupo. Se Deus já nos abençoa individualmente, nos abençoará muito mais se pensarmos como grupo, vivermos unidos, com o mesmo propósito.

E por falar em propósito, lembra do texto que fala da missão da igreja?
“...vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês até o fim dos tempos” (Mateus 28.18-20).
Pois é, Jesus prometeu dar à igreja todas as ferramentas necessárias para que ela cumprisse seu propósito: “vocês receberão poder e serão minhas testemunhas... até nos lugares mais distantes da terra” (Atos 1.8).

A igreja que nascia em Atos não pensava em questões pessoais e temporais. A vida não se resume à trabalhar, estudar, casar, ter filhos, ganhar dinheiro e morrer velhinho. O cristão deve enxergar sua vida como infinita e eterna - servimos a um propósito maior.

Os seres humanos tem uma dificuldade enorme em deixar de lado a “vida de relógio”, mas eu proponho um desafio: vamos juntos enxergar a vida além dessa vida? Os que viveram na época de Atos e aceitaram esse desafio escreveram a história do cristianismo. É nossa escolha continuarmos escrevendo essa história.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Igreja

Como você vê o cristianismo? Mais uma religião? E o que significa igreja para você? Um lugar onde pessoas com a mesma fé se reúnem?

Vez ou outra precisamos voltar nossos olhos para a bíblia a fim de resgatarmos alguns princípios básicos. Não deixe que o mundo defina quem é Deus e o que é igreja. É sempre bom escutar o que o Mestre tem a dizer e rever os próprios conceitos.

Igreja não é um local ou um templo, igreja é o corpo de Jesus:
“Deus colocou todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo e deu Cristo à Igreja como o único Senhor de tudo. A Igreja é o corpo de Cristo; ela completa Cristo, o qual completa todas as coisas em todos os lugares” (Efésios 1.22).
A igreja é o povo de Deus reunido para adorá-lo e realizar seus propósitos.

Como cabeça da igreja, Jesus deixou não só ensinamentos e exemplos de conduta, mas também ordenanças. Essas ordenanças (arrependimento, batismo, ceia, perdão) são formas de Deus colocar em ordem a nossa vida num mundo tão caótico como o de hoje. Entendê-las e cumpri-las é receber o Reino de Deus dentro de nós.

Você já se deu conta de como é bom ter Jesus como cabeça da nossa vida? Ele simplesmente é Deus, nos conhece muito antes de termos nascido e já sabe como serão todos os dias da nossa vida. Você precisa de outro motivo para ouvi-lo e deixá-lo guiar o barco? Eu não.

Existe uma razão de viver para cada um de nós e quando estamos juntos, membros diferentes do mesmo corpo, do corpo de Cristo, família de Deus, descobrimos a razão da nossa vida. Ele nos deixou orientações que só conseguimos cumprir juntos:
“...Foi me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês até o fim dos tempos” (Mateus 28.18-20).

Esse é o ideal da igreja. Olhe para os lados e pense. O que você conhece como igreja está cumprindo essa missão? Você se considera membro de um corpo que está sempre em movimento e tem Jesus como cabeça? Você vai a igreja ou é parte da igreja?
É hora de rever conceitos e como membro do corpo de Cristo desempenhar a função que Deus deu a cada um de nós.

“Embora seu relacionamento com Cristo seja pessoal, Deus nunca quis que fosse particular... Seguir a Cristo inclui integrar, não apenas acreditar.” Rick Warren

Aline Cândido

terça-feira, 4 de agosto de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O que não é visível

A maioria de nós faz escolhas pelo que consegue perceber por meio dos cinco sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar). Quase sempre escolhemos a comida pelas cores, sabores e cheiros que sentimos e não pelos nutrientes “invisíveis” ali contidos. Também damos muito valor à aparência. Uma pesquisa feita pela Universidade de Sydney e da Universidade Nacional Australiana, Camberra, mostrou que homens mais altos ganham salários maiores que os de estatura mais baixa*. Outra pesquisa feita pelo Fed (Federal Reserve dos Estados Unidos) mostrou que pessoas mais bonitas, altas e magras ganham em média 5% a mais do que as outras**.

Puxa, ainda bem que Deus é diferente. O homem se atenta para a aparência, mas Deus vê o coração. Ok, parece um grande clichê, mas isso é verdadeiro e está na bíblia.

Basta ler algumas páginas do livro 1Samuel para ver que o Rei Saul alistava para o seu exército todos os homens fortes que conhecia (1Samuel 14.52). Ponto para a aparência.

No capítulo 16, quando Samuel foi levado por Deus a ungir um dos filhos de Jessé, ele quase se deixou enganar quando viu Eliabe, o irmão mais velho de Davi. Samuel pensou: “Com certeza é este que o Senhor quer ungir”. O Senhor contudo disse a Samuel: “Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem, o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Samuel 16.6-7).

Jessé, o pai, não deve ter ouvido Deus falar com Samuel, pois ele mesmo não dava muito valor para o pequenino Davi. “Samuel perguntou a Jessé: “Estes são todos os filhos que você tem? Jessé respondeu: “Ainda tenho o caçula, mas ele está cuidando das ovelhas” (1Samuel 16.11). Jessé parecia dizer: “deixa ele lá no pasto, afinal, ele não passa de um menino”. Para Jessé e para os outros, Davi era pequeno, o último dos filhos, jovem demais e sem muitas qualidades visíveis. Para Deus, Davi era um menino que Ele escolheu para derramar o seu Espírito e ser o Rei de Israel.

“Samuel apanhou o chifre cheio de óleo e o ungiu na presença de seus irmãos, e, a partir daquele dia, o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi” (1Samuel 16.13).

Não existem limites para aqueles que têm o Espírito de Deus. No capítulo seguinte, Davi derrotou Golias, o gigante de quase três metros de altura que fez chacota de Israel durante 40 dias.

Da altura de sua pequenez, nos seus juvenis 20 e poucos anos e sem nenhuma armadura ou arma perigosa, Davi, cheio do Espírito de Deus, enfrentou o gigante e pôs o exército dos filisteus para correr.

“Senhor, não quero ser lembrada pela minha aparência ou por aquilo que é visível em mim. Mas quero ser alguém que se torna forte e bonita pois carrega em si mesma o Espírito do Deus Vivo. Amém”.

Aline Cândido

*Telegraph – 18/05/09 / **Folha de São Paulo – 08/04/05

domingo, 19 de julho de 2009

Bebês


Certa vez tive uma visão enquanto orava. Eu pedia a Deus que Ele desse uma direção em minha vida e de repente me vi como um bebê com as mãos esticadinhas sendo seguradas pelas mãos de Deus, como se Ele estivesse me ensinando a andar, como se faz com uma criança pequena.

Quantas vezes nos sentimos bebês espirituais, sabendo pouco ou quase nada de Deus e do seu reino? “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo” (Oséias 6.3)

A fonte de Deus é inesgotável. Ele já nos deu muito e dará ainda mais se pedirmos e buscarmos. Os hebreus receberam uma bela bronca por terem parado no nível “básico”:

“Temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para aprender. Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal” (Hebreus 5.11-14).

O autor aqui fala de “exercício constante”. A maturidade cristã não depende de intelectualidade mas sim de “conhecer e esforçar-se por conhecer o Senhor” todos os dias!

Só depende de nós, porque Ele está pronto para nos promover ao próximo “nível de conhecimento e intimidade”. “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas insondáveis que você não conhece” (Jeremias 33.3).

“Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos” (Efésios 1.17-18)

Vamos largar a mamadeira e receber de Deus alimento sólido para o nosso crescimento!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A volta

“Cristo vai voltar, acredite ou não. E vem pra julgar, pra dar uma decisão”.*

Você certamente sabe quem foi Jesus. Com certeza conhece algumas histórias famosas e passagens da sua vida como a multiplicação dos pães e a sua morte na cruz.

Muito se fala da vida que Jesus viveu aqui há mais de 2000 anos atrás. Mas pouco se fala da sua próxima vinda a esse mundo.

É como dizem os versos aí em cima: Jesus Cristo vai voltar, você acredite ou não. Faz parte da promessa e do plano de Deus.

Esse mundo está decadente. O homem está cavando sua própria sepultura vivendo num poço de lama e banhando-se de pecados. A própria natureza geme e espera sua rendição.

“Pois sabemos que até agora o Universo todo geme e sofre como uma mulher que está em trabalho de parto. E não somente o Universo, mas nós, que temos o Espírito Santo como o primeiro presente que recebemos de Deus, nós também gememos dentro de nós mesmos enquanto esperamos que Deus faça com que sejamos seus filhos e nos liberte completamente” (Romanos 8.22-23).

É rendição que Jesus vai trazer na sua segunda vinda, para o planeta e para aqueles que o buscam e crêem nele. Para os demais, somente choro e morte eterna.

“Pois certamente vem o dia, ardente como uma fornalha. Todos os arrogantes e todos os malfeitores serão como palha, e aquele dia, que está chegando, ateará fogo neles’, diz o Senhor dos Exércitos. ‘Não sobrará raiz ou galho algum. Mas para vocês que reverenciam o meu nome, o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas. E vocês sairão e saltarão como bezerros soltos no curral” (Malaquias 4.1-2).

*Esses versos são da música “Acredite ou não” de João Alexandre.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Santa paciência!

Você conhece essa expressão? Pois é, o ditado popular reconhece que a paciência não é uma virtude natural do homem. Ela vem de Deus.

O mundo de hoje está carente de paciência. Como disse Lenine: “o mundo vai girando cada vez mais veloz… a vida não pára”. Restaurantes fast-foods, formação acadêmica em dois ao invés de quatro anos, os processadores que se tornam cada vez mais velozes para driblarem a nossa impaciência diante do computador. É verdade, o mundo não espera e atropela aqueles que se mostram mais pacientes. Quantas mulheres você conhece que depois de ganharem uma linda orquídea aguardam pacientemente um ano inteirinho para vê-la florescer novamente?

Como não poderia deixar de ser, a bíblia também nos ensina acerca da paciência. Sem dúvida é uma virtude que precisa ser aprendida e treinada, mas acima de tudo, ela é fruto do Espírito. O que isso significa? Que devemos buscar de Deus essa virtude, pois é Ele quem produz esse fruto em nós. “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, PACIÊNCIA, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5.22-23).

Penso que a paciência também está diretamente ligada à fé em Deus. Se eu conheço a Deus e creio em suas promessas, fica mais fácil esperar com confiança, ser perseverante, ter paciência. Isso explica porque Jó passou por todo aquele sofrimento pacientemente. Ele não foi passivo, mas paciente. O primeiro versículo de Jó diz que ele era “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1). Ser paciente foi um exercício da sua fé. Ele enxergava longe, conhecia a fidelidade do Senhor. “Nenhum dos que esperam em ti ficará decepcionado” (Salmo 25.3).

No Novo Testamento vemos os cristãos encorajando uns aos outros a terem paciência e serem perseverantes olhando para Deus. Tiago foi um deles ao dizer: “Irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o seu coração, pois a vinda do Senhor está próxima... Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia” (Tiago 5.7-9,11).

Precisamos de paciência para as urgências do dia-a-dia e também para esperar por aquilo que demora a chegar. Em ambos os casos, é importante saber que “até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças; Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Isaías, 40.30-31).

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Encontro em Samaria

Jesus estava ali de passagem, era o meio do caminho da sua viagem entre a Judéia e a Galiléia. O sol estava a pino e ele estava cansado. Com fome e sede sentou-se perto de um poço. Pediu água a uma mulher samaritana. Ele a conhecia muito bem, mas ela, inocente, não sabia com quem estava falando. Onde já se viu um judeu falar com uma samaritana? Ainda mais um homem se dirigir a uma mulher! Jesus surpreendia todo mundo com suas atitudes.
Ele disse a ela: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva... quem beber dessa água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (João 4.10,13-14).

Do que Jesus estava falando? Ele sempre falava em parábolas, a mulher samaritana não entendeu de primeira. Achou que ele tinha um líquido mágico que faria um ser humano nunca mais precisar de água. Já pensou que bom seria nunca mais ter que tirar água do poço e carregar o vaso pesado até em casa para dar aos filhos e aos animais? Ela se livraria de um grande fardo.

Como o ser humano é limitado. Entende tudo ao pé da letra. Jesus falava de algo muito mais profundo. Em outra ocasião explicou o que era a tal da água viva. “’Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva’. Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem.” (João 7.37-39).

A água viva citada por Jesus é o Espírito Santo. É o próprio Deus vivendo em nós e isso, somente isso, nos satisfaz completamente. Se permitirmos que Ele viva em nós, nunca mais teremos “sede”!

Aproximadamente 60% do corpo de um adulto é composto por água. Um ser humano é capaz de sobreviver (apenas) de 3 a 5 dias sem ingerir água. Sem dúvida é um elemento vital. Sem água não sobrevivemos. A água nos mantêm vivos nesse mundo, mas a água viva, que Jesus oferece, nos dá vida eterna!

Depois de um encontro com Jesus nunca mais somos os mesmos. A mulher samaritana voltou pra casa transformada. Ela tinha encontrado o Salvador! E a promessa de Jesus se cumpriu nela imediatamente. Ele disse: “Do seu interior fluirão rios de água viva”. Ela voltou para a sua casa e espalhou as boas novas para os vizinhos. A água viva fluiu em Samaria.

Eu quero beber dessa água. E você?

“Verdades antigas são sempre novas se elas vêm acompanhadas do cheiro e do sabor do céu” (John Bunyan, autor de O Peregrino).

Escrito por Aline Cândido

terça-feira, 9 de junho de 2009

Como criança


Você se lembra do tempo em que era criança? Há uns dias atrás, entre amigos, recordamos alguns momentos da nossa infância. Qual era a brincadeira preferida? O aniversário inesquecível? Qual passeio ou viagem foram muito especiais? Qual foi a grande traquinagem que aprontamos? Rimos juntos das histórias que contamos ali. Lembrar da infância geralmente traz boas lembranças. Era uma época de inocência, não conhecíamos o orgulho, nem a arrogância. A criança é simples, humilde, e por ter pouca ou quase nenhuma experiência, ela é ensinável.

Depois de refletir sobre isso entendi melhor o que Jesus quis dizer na passagem de Lucas 18.16: “Jesus chamou a si as crianças e disse: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele’”.

Os pequeninos não duvidam, não tem medo de se entregar, não confiam em sua própria inteligência e não se fazem independentes.

Quando subiu ao trono, Salomão devia ter aproximadamente 20 anos. Ele era jovem e inexperiente, mas humilde o bastante para reconhecer isso. Ele era ensinável e queria aprender com o Grande Rei. “Ó Senhor, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me... Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal, pois quem poderia julgar a este grande povo?" (1Reis 3.7-9)

Jeremias também era novo quando recebeu o chamado para ser profeta. Ele disse: “Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança.” (Jeremias 1.6).

Algo me diz que é desses que Deus gosta – “o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes às crianças”. Quando o homem deixa de lado todo orgulho e arrogância que adquire ao longo da vida e se coloca diante de Deus como uma criança, Deus não resiste e faz dele uma grande pessoa! Salomão foi o homem mais sábio de Israel. Jeremias foi um grande profeta e sacerdote, que cumpriu sua missão com coragem e determinação em uma das épocas mais difíceis para o seu povo.

“Deixem vir a mim as crianças”. O melhor lugar para uma criança estar é perto de Jesus, ainda que essa criança seja você mesmo.

Não deixemos que a idade adulta leve embora o brilho e a humildade da criança que existe em cada um de nós. Sejamos como Davi que, como criança, aprendeu a se entregar completamente a Deus:

“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança. Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre!” Salmo 131

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ser humano não é ser Deus



Ah, o ser humano! Que bichinho inteligente Deus criou!

Basta parar um pouco, olhar para os lados e ver quanta coisa o homem desenvolveu, estudou, descobriu, inventou. Realmente somos seres muito inteligentes e muito capazes. Deus nos fez assim.

Mas foi exatamente essa inteligência (somada ao livre arbítrio), que levou o homem a querer ser independente de Deus. Cada vez mais conseguimos nos virar sozinhos, somos independentes uns dos outros, levamos a nossa própria vida como desejamos, tudo está ao nosso alcance, principalmente hoje, com toda essa tecnologia e a globalização.

Fico pensando como Deus nos enxerga. Apesar de toda capacidade humana, Deus é infinitamente maior que todos nós. Não há comparação, não estamos no mesmo patamar. Como disse Isaac Newton, “o que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano” e mesmo assim fazemos planos, certos de que podemos desenhar o futuro.

Ainda bem que Deus nos puxa a orelha de vez em quando e nos mostra quem realmente somos ao nos lembrar das nossas limitações. Gosto de meditar sempre no versículo que diz: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Lucas 12.25). Com todo o nosso conhecimento e a medicina avançada, “achamos” que adiamos a morte, mas é Deus quem define o dia em que nascemos e o dia em que morreremos. Nada do que façamos pode mudar isso!

Tiago, irmão de Jesus, já tinha aprendido essa lição quando disse: “Ouçam agora, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro’. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo’” (Tiago 4.13-15).

Para os orgulhosos é difícil admitir que Deus é realmente soberano e que a nossa vida, (70 anos, em média), não é nada diante de todos os anos da eternidade. Para os humildes admitir isso é ter certeza de proteção. É confortante saber que as coisas não dependem somente de mim, mas estão nas mãos de alguém que é muito mais capaz, inteligente e poderoso do que eu. E que Ele sabe, sempre, qual é o melhor caminho para mim.

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.” (Atos 17.24-25)

Quer planejar e dar passos certos rumo ao futuro? “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” (Provérbios 16.3).

“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” Atos 17.28.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O que vem depois?


Largar as rédeas, “perder” o controle, tirar as mãos do leme... como é difícil às vezes confiar plenamente. A gente insiste em tentar controlar a vida, administrar as variáveis, viver com os pés firmes no chão, sabendo sempre quais serão os próximos passos. É engraçado ver em algumas passagens da Bíblia como Deus fez questão de fazer surpresa sobre os acontecimentos seguintes.

“A palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez com esta ordem: ‘Vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu lhe darei’” (Jonas 3.1-2). A mesma coisa ele fez com Abrão: “Então o Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gênesis 12.1).

Por que Ele não fez um mapa para Abrão? E por que não disse a Jonas naquele momento qual era a mensagem para a cidade de Nínive?

Saber o que vai acontecer daqui a pouco nos dá uma certa segurança. Mas acho que não era esse tipo de sentimento que Deus queria gerar em Abrão e em Jonas. Ele queria que ambos confiassem totalmente nele, como uma criança confia em seus pais sabendo que eles não lhe farão mal.

A morte de Lázaro é outro bom exemplo. Os irmãos Lázaro, Marta e Maria eram amigos de Jesus. Aconteceu que Lázaro ficou doente e suas irmãs mandaram um recado ao Mestre avisando-o sobre Lázaro. Jesus sabia exatamente o que ia acontecer, tanto que comentou com os discípulos: “Essa doença não acabará em morte, é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela” (João 11.4). Ele falou isso entre os discípulos, mas não contou a Lázaro nem às suas irmãs.

Jesus ainda ficou mais dois dias onde estava e, nesse meio tempo, Lázaro morreu. Quem já perdeu algum querido sabe quanta tristeza a morte nos traz. Com Maria e Marta não foi diferente, elas estavam sofrendo e quando viram Jesus logo falaram: “Senhor, se estivesse aqui meu irmão não teria morrido” (João 11.21). Por que Jesus deixou que isso acontecesse? Por quê?

Para fortalecer a fé e a confiança deles em Deus. “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam.” (João 11.14-15). Na continuação da história vemos que Jesus ressucitou Lázaro e todos os que estavam ali creram.

Então esse é o propósito de Deus! Ele sempre deixa uma surpresinha no final para que possamos crer e confiar somente e totalmente nele! Não deve ter sido fácil para Abrão e Jonas obedecerem e confiarem plenamente. Mas o resultado dessa confiança ficou registrado na bíblia: Deus fez de Abrão uma bênção e por meio dele todos os povos da terra foram abençoados (Gênesis 12.2-3); toda a cidade de Nínive (mais de 120.000 pessoas) abandonaram seus maus caminhos e por isso não foram destruídos (Jonas 3.10).

“É melhor buscar refúgio no Senhor do que confiar nos homens” (Salmo 118.8).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fogo destruidor

Se você soubesse que brincar com fósforos poderia causar a destruição de 153 km2, 21 casas e matar ao menos sete pessoas, você ainda assim brincaria? Acho que não. Foi assim que começou um dos incêndios mais devastadores da Califórnia, em outubro de 2007. Um menino de dez anos admitiu ter iniciado o incêndio quando brincava de pôr fogo em uma escova no quintal de casa*. Uma ação tão pequena e “inocente” que tomou proporções gigantes e teve consequências irreparáveis.

É assim que Tiago nos alerta sobre o perigo da língua. “A língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade... contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno” (Tiago 3.5-6).

Forte, não? “Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero” (Tiago 3.7-8).

Como pode um músculo tão pequeno causar tanto mal? Na verdade a língua é uma faca de dois gumes: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus... meus irmãos, não pode ser assim!” (Tiago 3.9-10).

Mesmo depois de sermos renovados por Deus, percebemos que o pecado continua habitando em nós. Há uma mistura de corrupção em cada coisa que fazemos pois a velha natureza ainda está lá, convivendo com a nova. Veja o desabafo do apóstolo Paulo em Romanos 7.19-20: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”.

Por isso que Domínio Próprio é um fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23). Devemos submeter a nossa língua à Deus e pedir ajuda a Ele para controlá-la. “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Davi, Salmo 141).

“A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” (Provérbios 18.21).

*Fonte: G1

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O caderno

Ela acordou e sentou-se na cama. Precisava seguir, tinha que encontrar forças para viver mais um dia. As últimas semanas tinham sido tão difíceis! Parece que o mundo resolveu virar as costas para ela e pela primeira vez, ela se sentiu só. Queria chorar, gritar, pedir socorro, mas não tinha forças, foi a nocaute no terceiro round. Um problema só era pouco, parecia que tudo tinha dado errado. Problemas em casa, no emprego, com os filhos, conflitos pessoais e agora uma doença. Ela precisava de ajuda, mas não conseguia nem levantar da cama naquela manhã.

Virou para o lado e viu o criado mudo. Hoje aquele amigo quieto queria falar. Embaixo dos livros ela viu um caderno empoeirado. O caderno era seu, mas há muito tempo não o via. Quando foi mesmo a última vez que o abri?, ela pensou. Abriu e folheou algumas páginas. “Muito obrigada Senhor! Obrigada por ter salvo meu irmão da morte naquele acidente! Maio/1989”. Pulou algumas páginas e leu: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará. Hoje vi que esse versículo é verdadeiro quando Deus proveu o dinheiro que faltava para pagar a prestação da casa. Janeiro/1993”. Ela se ajeitou na cama, seus olhos saltaram e ela começou a ler outra página. “Deus é Deus do impossível. Ele curou meu filho de uma doença inexplicável. Os médicos ficaram boquiabertos e tiveram que reconhecer que realmente somente Deus poderia tê-lo curado. Aleluia! Setembro/1995.” “Obrigada pela chuva de hoje. Ela aliviou a bronquite da minha filhinha. Obrigada por se importar com as pequenas coisas também, Senhor. Julho/1996.”

Ela se animou e leu páginas e páginas nos minutos seguintes. Tinha se lembrado do que era aquele caderno. Há muitos anos tinha decidido colocar no papel os “presentes” que recebia em sua vida. “O homem tem memória curta”, ela dizia, “Não quero ser ingrata com Deus”. E ao ler algumas frases ela lembrou de tudo pelo que já havia passado e de tudo o que Deus havia feito por ela. Começou a ler em voz alta os versículos que tinha escrito ali. “O Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações (Salmo 100.5); “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre prsente na adversidade (Salmo 46); “Eu porém, confio em teu amor, o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito (Salmo 13. 5-6)”.

Lágrimas rolaram pelo seu rosto. Os acontecimentos dos últimos dias fizeram com que ela se esquecesse do poder de Deus, do poder da oração. Tiago disse “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores... a oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5.13,16).

E então ela orou. De coração, com convicção, com fervor. E o Senhor ouviu.

“Bendiga o Senhor a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos!” Salmo 103.2

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fé viva - mãos à obra!


Você já reparou como algumas pessoas discursam contra a corrupção dos políticos no Brasil, mas acabam se corrompendo nas atividades do dia-a-dia? Acusam os “ladrões de Brasília”, mas furam filas, sonegam impostos e usam o jeitinho brasileiro para tirar proveito em algumas situações. Ou mesmo algumas empresas que adotaram um discurso ecológico para ganhar clientes, mas não mudaram seus hábitos para preservar o planeta. Seu discurso é correto, mas falam “da boca para fora”.

Tiago é incisivo ao dizer em sua carta “A fé sem obras é morta”.
“Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: 'Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se', sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2.15-17).
Dar assistência aos necessitados é parte das atribuições dos cristãos. Jesus mesmo agiu assim quando viveu como homem na terra.

Porém o ensinamento de Tiago não terminou nesse versículo. Ele ainda citou exemplos de Abraão e Raabe. “Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pels obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: 'Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça', e ele foi chamado amigo de Deus. Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé. Caso semelhante é o de Raabe, a prostituta: não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os espias e os fez sair por outro caminho? Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta” (Tiago 2.21-26).

Aqui Tiago não está mais falando de assistencialismo. Ele fala de atitudes que demonstram a nossa fé. É como pôr em prática aquilo que falamos e cremos. Sem atitudes, nossa fé é morta e nossa palavra vazia.

Abraão tinha Deus como Senhor de sua vida, e quando foi colocado à prova não hesitou em entregar seu único filho. Ele amava a Deus sobre todas as coisas e agiu de acordo com sua fé levando Isaaque para ser sacrificado (Gênesis 22).

Já a prostituta Raabe morava em uma terra que seria ocupada pelos israelitas, ela não fazia parte do povo de Deus, mas cria e confessou sua fé aos espias. “Sei que o Senhor lhes deu esta terra... o Senhor, o seu Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra” (Josué 2.8-11). Ao escondê-los em sua casa, Raabe agiu conforme sua fé. Ela sabia que o Deus dos israelitas era Senhor, e fez de tudo para ajudar aqueles que o serviam.

Acho que a lição que Tiago quis nos ensinar é muito mais profunda do que somente fazer boas obras. O que aprendi de Tiago hoje, é que devemos agir como cremos, pôr em prática o cristianismo que tanto defendemos. Não existe fé só de palavras, não dá pra ser cristão só da boca pra fora. Se cremos em Deus, nossas atitudes têm que demonstrar a nossa fé. E isso é muito mais profundo.

“As boas obras são tais que um homem não pode ser justificado por elas nem sem elas”. João Calvino

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Pára o mundo que eu quero descer!


É impressão minha ou o tempo está passando depressa demais? Ok, isso já virou chavão e assunto comum nas conversas por aí. Parece que apertaram o Fast Forward* no mundo e às vezes a nossa cabeça e o nosso corpo não acompanham o ritmo. São tantos os compromissos e as obrigações. São tantos assuntos que passam pelo nosso cérebro em questão de segundos! É óbvio que o resultado disso tudo tem que ser o estresse. O corpo e a mente não acompanham o ritmo da vida moderna e nos sentimos cada vez mais cansados e sobrecarregados.

Acho curioso que a bíblia, escrita na época em que não havia engarrafamentos no trânsito, traga uma lição tão valiosa sobre o estresse. A bíblia foi inspirada por Deus, mas escrita por homens, para que os homens que a lêem se identifiquem e possam aprender os ensinamentos contidos nela. Particularmente sempre lembro dessa história quando passo por um período difícil de estresse, ou quando me sinto cansada, perdida, sobrecarregada e impotente diante das situações.

Estou falando do profeta Elias e do período de sua vida descrito no livro de 1Reis, do capítulo 16.29 até 19.21.
Na época o rei de Israel era Acabe, ele casou com Jezabel e passou a prestar cultos a Baal, provocando a ira de Deus. Jezabel começou a perseguir e exterminar os profetas do Senhor (18.4). Elias desafiou o rei e todos os profetas de Baal no monte Carmelo (quem não sabe a história, leia, é de arrepiar! - 1Reis 18.16-46). Com a ajuda de Deus Elias saiu perfeitamente vencedor, ele foi ousado e corajoso e o Senhor estava com ele. Acontece que depois disso Jezabel o ameaçou de morte e Elias ficou desanimado e deprimido. “Elias teve medo e fugiu para salvar a vida” (19.3). “Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou pedindo a morte: ‘Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vidda; não sou melhor do que os meus antepassados’” (19.4).

Elias passou por momentos tão difíceis que, mesmo apesar da vitória, suas emoções estavam em frangalhos. Ele se estressou.
O curioso é ver como Deus cuidou de Elias nesse período. Vejam os versículos seguintes: “Elias deitou-se debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: ‘Levante-se e coma’. Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo. O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: ‘Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa.’ Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus. Ali entrou numa caverna e passou a noite.” (18.5-9).
Primeiro Deus curou seu cansaço físico. Elias precisava comer e dormir e Deus providenciou um pãozinho bem quentinho para ele (hum, que delícia!).

Depois de estar bem fisicamente, Deus o levou ao monte Horebe (monte Sinai), local onde Deus se revelou a Moisés. Lá o Senhor lhe disse: “Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar”. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve um murmúrio de uma brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna” (18.11-13).

Todos esses fenômenos (vento, terremoto, fogo) foram criados por Deus, mas às vezes Ele quer se manisfestar com um sussurro. Ele quer falar com a gente como uma brisa tranquila e suave. Ao contrário do estresse que nos agita, Deus nos acalma.

Elias precisou subir ao monte, ficar sozinho por um tempo e ouvir Deus. Isso me lembra Jesus. Por muitas vezes ele deixou a multidão e subiu ao monte para orar. Ele separou um tempo para estar a sós com o Senhor, um tempo em que ele silenciava o mundo e se abria para Deus. Se fizermos isso, com certeza Ele nos restaurará.

Elias desceu do monte completamente curado e cheio de tarefas novas (19.15-18). Você notou alguma semelhança com a sua vida? Pois é, parece que o mundo realmente não dá trégua, mas cabe a nós separar alguns minutos (horas ou dias) para “subir ao monte” e ser completamente restaurado por Deus. Ele nos dá um novo fôlego de vida.

“Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade!” Lamentações 3.22-23

*Fast Forward: avançar rapidamente (botão presente em aparelhos de som, DVDs, etc).

quinta-feira, 9 de abril de 2009

As mãos do carpinteiro

Foi José de Arimatéia quem teve a honra de descer o corpo de Jesus da cruz. Imagine como seria ter de retirar as mãos frias e sem vida do Filho de Deus que estavam pregadas com aqueles grossos cravos romanos. Eram mãos de um carpinteiro, que um dia seguraram pregos e madeira. Eram mãos que partiram o pão e alimentaram multidões e que, agora, estavam sendo partidas para alimentar multidões.

Certa vez, aquelas mãos colocaram lama nos olhos de um cego, tocaram em leprosos, curaram doentes, lavaram os pés dos discípulos e abraçaram crianças.
Estes eram os dedos que escreveram na areia quando a mulher adúltera foi atirada aos seus pés e que, pelo amor ao Pai, seguraram firmes num chicote para purificar seu templo dos cambistas. Eram os mesmos dedos que pegaram o pão e o mergulharam em um prato, e o deram a Judas, num gesto de profundo amor e amizade. Aqui estava o próprio pão da vida, sendo afundado na taça do sofrimento, como o gesto final do amor de Deus para com o mundo maldoso, representado por Judas.

José de Arimatéia estava envergonhado de não ter confessado o Mestre, e seu sentimento aumentava enquanto ele rasgava os pés ensopados de sangue dos cravos que mediam 15 cm e o prendiam à cruz. Estes eram os “belos pés” daquele que anunciava o evangelho da paz, os pés que Maria lavou com seus cabelos, que caminharam sobre o mar da Galiléia, mas que agora estavam mergulhados num mar de sangue.

Enquanto retirava Jesus da cruz, José talvez tenha olhado por um instante para aquele rosto sem vida, para o rosto do Filho de Deus. Talvez seu coração tenha ficado apertado diante daquela imagem. Este rosto, que outrora irradiava a glória de Deus no monte da Transfiguração, para o qual tantas pessoas olharam com tamanha veneração, estava agora totalmente manchado do sangue que escorreu da coroa de espinhos, que fora cravada na sua cabeça. Aquele rosto apresentava uma palidez incrível, era o rosto de quem havia carregado o sofrimento do mundo inteiro sobre si.

Como está escrito: “…sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem” (Isaías 52.14). “Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele… O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro… por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado… Contudo, foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer… pelo seu conhecimento meu servo justo justificará a muitos, e levará a iniquidade deles” (Isaías 53.5-11).

Jesus de Nazaré foi despido de suas roupas, para que fôssemos vestidos com a pura justiça. Ele teve uma sede mortal para que nossa sede por vida pudesse ser saciada. Ele agonizou debaixo da maldição da Lei, para que pudéssemos desfrutar as bênçãos do evangelho. Ele carregou no seu corpo o ódio do mundo inteiro, para que pudéssemos experimentar o amor de Deus. O inferno caiu sobre ele para que o céu viesse sobre nós. Jesus de Nazaré experimentou o amargor da morte, para que pudéssemos experimentar a doçura da vida eternal. O Filho de Deus entregou sua vida voluntariamente, para que a morte pudesse passar longe dos filhos e filhas de Adão.

Que a cruz do Calvário possa ser tão real para nós quanto foi para os que pisaram naquela terra ensanguentada naquele dia terrível. Que nós também possamos fitar aquela face do Cristo crucificado e que a vergonha possa nos deixar de coração apertado, caso algum dia tenhamos de sentir qualquer tipo de temor do que os homens possam nos fazer. Que possamos nos identificar com o apóstolo Paulo, que poderia ter se vangloriado de sua experiência dramática e miraculosa no caminho de Damasco, mas, em vez disso, preferiu pasmar e suspirar diante do grande amor de Deus:
“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo (Gálatas 6.14).

Extraído e adaptado da Bíblia NVI Evangelismo em Ação: compilada por Ray Comfort.