domingo, 26 de maio de 2013

Socorro!


Socorro! - ela gritou. Tão alto quanto pode, que dentro de si sentiu reverberar o grito em cada órgão como se fossem tambores.
Socorro! - disse outra vez, dessa vez com a voz embargada e lágrimas descendo pelo rosto.

Olhou para todos os lados, procurou saídas mas se viu sozinha no meio da estrada. A poeira ao redor a impedia de ver (e voltar) pelo caminho que tinha vindo. À sua volta apenas galhos secos e terra rachada. Nenhum sinal de vida nem da alegria dos primeiros anos.
A paisagem se transformou e ela nem percebeu, tão ocupada que estava em somente seguir em frente, sem pestanejar.
"Aos fracos a desistência, eu vou prosseguir", ela pensava.
Até que nesse dia, seu relógio parou, suas pernas travaram e ela deixou de caminhar.
Sentou, como se pudesse descansar um pouco e apreciar a paisagem depois de sua longa caminhada.
Mas primeiro veio o silêncio. Depois o eco devolveu-lhe o grito de socorro.
Estava só. Viu seu rosto refletido (e distorcido) numa pequena poça no chão. Os anos lhe pesaram no rosto e as lembranças que aos poucos foram colonizando sua mente a faziam ainda mais infeliz.

Repentinamente dormiu, tão pesado quanto à pedra que lhe servia de travesseiro.

Acordou com pingos grossos em seu rosto. Era chuva, chuva de Graça que vinha do céu. Não procurou abrigo, queria se molhar completamente e ver escorrer toda a sujeira que tinha acumulado naquela estrada empoeirada.
Ficou imóvel por um tempo, apenas sentindo a chuva lavar-lhe a alma. E foi então que ela descobriu a saída: De joelhos. Sim, caminhando de joelhos ela sairia daquela estrada na direção certa.

Para ler ouvindo "On my knees", de Nicole Coleman-mullins
Versão em português, "De joelhos", interpretada por Eduardo e Silvana.

Aline Cândido

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Detalhes


Recentemente pesquisadores descobriram 15 novas espécies de aves na Amazônia. Há alguns anos se a ave encontrada fosse fisicamente diferente das outras era considerada uma espécie nova. Hoje em dia outros critérios "menos visíveis" como sons e canto diferentes são suficientes para diferenciar e catalogar novas espécies.

Que Deus é esse que cria milhares de espécies de aves com infinitas variações de tamanho, forma, cores e sons? Só no Brasil catalogaram até hoje cerca de 1840 espécies (e pelo jeito ainda há outras aves a serem descobertas).

O Deus que caprichou nos detalhes de toda a Criação é o mesmo que deu ordens específicas a Noé para construir a arca:
"Faça uma arca de madeira cipreste; [...] faça-a com 135 m de comprimento, 22 m de largura e 13,5 m de altura. Faça-lhe um teto com um vão de 45 cm entre o teto e o corpo da arca. Coloque uma porta lateral na arca e faça um andar superior, um médio e um inferior" Gênesis 6.14-16

Esse mesmo Deus descreveu em detalhes como deveria ser o tabernáculo (a tenda especial que serviu de templo para os judeus no deserto):
"E farão um santuário para mim e eu habitarei no meio deles. Façam tudo como eu lhe mostrar, conforme o modelo do tabernáculo e de cada utensílio" Êxodo 25.8-9

E nos capítulos seguintes de Êxodo o Grande Arquiteto determina tamanhos, materiais e acabamentos de cada elemento do seu tabernáculo. Tim tim por tim tim.

Você com certeza já olhou para um céu estrelado e não pôde contar a quantidade de estrelas. Pois o Salmo 147.4 diz que Deus "determina o número de estrelas e chama cada uma pelo nome".

Veja o corpo humano e observe como cada coisa tem seu lugar e sua função.

Deus pensou em todos os detalhes.
Ele nos conhece por inteiro (e não superficialmente). Ele se importa.
E se buscarmos a sua orientação para cada detalhe da nossa vida Ele vai dar todas as instruções de que precisamos.

"Desvia os meus olhos das coisas inúteis, faze-me viver nos caminhos que traçaste". Salmo 119.37

Aline Cândido