quinta-feira, 30 de abril de 2009

O caderno

Ela acordou e sentou-se na cama. Precisava seguir, tinha que encontrar forças para viver mais um dia. As últimas semanas tinham sido tão difíceis! Parece que o mundo resolveu virar as costas para ela e pela primeira vez, ela se sentiu só. Queria chorar, gritar, pedir socorro, mas não tinha forças, foi a nocaute no terceiro round. Um problema só era pouco, parecia que tudo tinha dado errado. Problemas em casa, no emprego, com os filhos, conflitos pessoais e agora uma doença. Ela precisava de ajuda, mas não conseguia nem levantar da cama naquela manhã.

Virou para o lado e viu o criado mudo. Hoje aquele amigo quieto queria falar. Embaixo dos livros ela viu um caderno empoeirado. O caderno era seu, mas há muito tempo não o via. Quando foi mesmo a última vez que o abri?, ela pensou. Abriu e folheou algumas páginas. “Muito obrigada Senhor! Obrigada por ter salvo meu irmão da morte naquele acidente! Maio/1989”. Pulou algumas páginas e leu: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará. Hoje vi que esse versículo é verdadeiro quando Deus proveu o dinheiro que faltava para pagar a prestação da casa. Janeiro/1993”. Ela se ajeitou na cama, seus olhos saltaram e ela começou a ler outra página. “Deus é Deus do impossível. Ele curou meu filho de uma doença inexplicável. Os médicos ficaram boquiabertos e tiveram que reconhecer que realmente somente Deus poderia tê-lo curado. Aleluia! Setembro/1995.” “Obrigada pela chuva de hoje. Ela aliviou a bronquite da minha filhinha. Obrigada por se importar com as pequenas coisas também, Senhor. Julho/1996.”

Ela se animou e leu páginas e páginas nos minutos seguintes. Tinha se lembrado do que era aquele caderno. Há muitos anos tinha decidido colocar no papel os “presentes” que recebia em sua vida. “O homem tem memória curta”, ela dizia, “Não quero ser ingrata com Deus”. E ao ler algumas frases ela lembrou de tudo pelo que já havia passado e de tudo o que Deus havia feito por ela. Começou a ler em voz alta os versículos que tinha escrito ali. “O Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações (Salmo 100.5); “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre prsente na adversidade (Salmo 46); “Eu porém, confio em teu amor, o meu coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito (Salmo 13. 5-6)”.

Lágrimas rolaram pelo seu rosto. Os acontecimentos dos últimos dias fizeram com que ela se esquecesse do poder de Deus, do poder da oração. Tiago disse “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores... a oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5.13,16).

E então ela orou. De coração, com convicção, com fervor. E o Senhor ouviu.

“Bendiga o Senhor a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos!” Salmo 103.2

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fé viva - mãos à obra!


Você já reparou como algumas pessoas discursam contra a corrupção dos políticos no Brasil, mas acabam se corrompendo nas atividades do dia-a-dia? Acusam os “ladrões de Brasília”, mas furam filas, sonegam impostos e usam o jeitinho brasileiro para tirar proveito em algumas situações. Ou mesmo algumas empresas que adotaram um discurso ecológico para ganhar clientes, mas não mudaram seus hábitos para preservar o planeta. Seu discurso é correto, mas falam “da boca para fora”.

Tiago é incisivo ao dizer em sua carta “A fé sem obras é morta”.
“Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: 'Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se', sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2.15-17).
Dar assistência aos necessitados é parte das atribuições dos cristãos. Jesus mesmo agiu assim quando viveu como homem na terra.

Porém o ensinamento de Tiago não terminou nesse versículo. Ele ainda citou exemplos de Abraão e Raabe. “Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pels obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: 'Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça', e ele foi chamado amigo de Deus. Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé. Caso semelhante é o de Raabe, a prostituta: não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os espias e os fez sair por outro caminho? Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta” (Tiago 2.21-26).

Aqui Tiago não está mais falando de assistencialismo. Ele fala de atitudes que demonstram a nossa fé. É como pôr em prática aquilo que falamos e cremos. Sem atitudes, nossa fé é morta e nossa palavra vazia.

Abraão tinha Deus como Senhor de sua vida, e quando foi colocado à prova não hesitou em entregar seu único filho. Ele amava a Deus sobre todas as coisas e agiu de acordo com sua fé levando Isaaque para ser sacrificado (Gênesis 22).

Já a prostituta Raabe morava em uma terra que seria ocupada pelos israelitas, ela não fazia parte do povo de Deus, mas cria e confessou sua fé aos espias. “Sei que o Senhor lhes deu esta terra... o Senhor, o seu Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra” (Josué 2.8-11). Ao escondê-los em sua casa, Raabe agiu conforme sua fé. Ela sabia que o Deus dos israelitas era Senhor, e fez de tudo para ajudar aqueles que o serviam.

Acho que a lição que Tiago quis nos ensinar é muito mais profunda do que somente fazer boas obras. O que aprendi de Tiago hoje, é que devemos agir como cremos, pôr em prática o cristianismo que tanto defendemos. Não existe fé só de palavras, não dá pra ser cristão só da boca pra fora. Se cremos em Deus, nossas atitudes têm que demonstrar a nossa fé. E isso é muito mais profundo.

“As boas obras são tais que um homem não pode ser justificado por elas nem sem elas”. João Calvino

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Pára o mundo que eu quero descer!


É impressão minha ou o tempo está passando depressa demais? Ok, isso já virou chavão e assunto comum nas conversas por aí. Parece que apertaram o Fast Forward* no mundo e às vezes a nossa cabeça e o nosso corpo não acompanham o ritmo. São tantos os compromissos e as obrigações. São tantos assuntos que passam pelo nosso cérebro em questão de segundos! É óbvio que o resultado disso tudo tem que ser o estresse. O corpo e a mente não acompanham o ritmo da vida moderna e nos sentimos cada vez mais cansados e sobrecarregados.

Acho curioso que a bíblia, escrita na época em que não havia engarrafamentos no trânsito, traga uma lição tão valiosa sobre o estresse. A bíblia foi inspirada por Deus, mas escrita por homens, para que os homens que a lêem se identifiquem e possam aprender os ensinamentos contidos nela. Particularmente sempre lembro dessa história quando passo por um período difícil de estresse, ou quando me sinto cansada, perdida, sobrecarregada e impotente diante das situações.

Estou falando do profeta Elias e do período de sua vida descrito no livro de 1Reis, do capítulo 16.29 até 19.21.
Na época o rei de Israel era Acabe, ele casou com Jezabel e passou a prestar cultos a Baal, provocando a ira de Deus. Jezabel começou a perseguir e exterminar os profetas do Senhor (18.4). Elias desafiou o rei e todos os profetas de Baal no monte Carmelo (quem não sabe a história, leia, é de arrepiar! - 1Reis 18.16-46). Com a ajuda de Deus Elias saiu perfeitamente vencedor, ele foi ousado e corajoso e o Senhor estava com ele. Acontece que depois disso Jezabel o ameaçou de morte e Elias ficou desanimado e deprimido. “Elias teve medo e fugiu para salvar a vida” (19.3). “Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou pedindo a morte: ‘Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vidda; não sou melhor do que os meus antepassados’” (19.4).

Elias passou por momentos tão difíceis que, mesmo apesar da vitória, suas emoções estavam em frangalhos. Ele se estressou.
O curioso é ver como Deus cuidou de Elias nesse período. Vejam os versículos seguintes: “Elias deitou-se debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: ‘Levante-se e coma’. Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo. O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: ‘Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa.’ Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus. Ali entrou numa caverna e passou a noite.” (18.5-9).
Primeiro Deus curou seu cansaço físico. Elias precisava comer e dormir e Deus providenciou um pãozinho bem quentinho para ele (hum, que delícia!).

Depois de estar bem fisicamente, Deus o levou ao monte Horebe (monte Sinai), local onde Deus se revelou a Moisés. Lá o Senhor lhe disse: “Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar”. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve um murmúrio de uma brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna” (18.11-13).

Todos esses fenômenos (vento, terremoto, fogo) foram criados por Deus, mas às vezes Ele quer se manisfestar com um sussurro. Ele quer falar com a gente como uma brisa tranquila e suave. Ao contrário do estresse que nos agita, Deus nos acalma.

Elias precisou subir ao monte, ficar sozinho por um tempo e ouvir Deus. Isso me lembra Jesus. Por muitas vezes ele deixou a multidão e subiu ao monte para orar. Ele separou um tempo para estar a sós com o Senhor, um tempo em que ele silenciava o mundo e se abria para Deus. Se fizermos isso, com certeza Ele nos restaurará.

Elias desceu do monte completamente curado e cheio de tarefas novas (19.15-18). Você notou alguma semelhança com a sua vida? Pois é, parece que o mundo realmente não dá trégua, mas cabe a nós separar alguns minutos (horas ou dias) para “subir ao monte” e ser completamente restaurado por Deus. Ele nos dá um novo fôlego de vida.

“Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade!” Lamentações 3.22-23

*Fast Forward: avançar rapidamente (botão presente em aparelhos de som, DVDs, etc).

quinta-feira, 9 de abril de 2009

As mãos do carpinteiro

Foi José de Arimatéia quem teve a honra de descer o corpo de Jesus da cruz. Imagine como seria ter de retirar as mãos frias e sem vida do Filho de Deus que estavam pregadas com aqueles grossos cravos romanos. Eram mãos de um carpinteiro, que um dia seguraram pregos e madeira. Eram mãos que partiram o pão e alimentaram multidões e que, agora, estavam sendo partidas para alimentar multidões.

Certa vez, aquelas mãos colocaram lama nos olhos de um cego, tocaram em leprosos, curaram doentes, lavaram os pés dos discípulos e abraçaram crianças.
Estes eram os dedos que escreveram na areia quando a mulher adúltera foi atirada aos seus pés e que, pelo amor ao Pai, seguraram firmes num chicote para purificar seu templo dos cambistas. Eram os mesmos dedos que pegaram o pão e o mergulharam em um prato, e o deram a Judas, num gesto de profundo amor e amizade. Aqui estava o próprio pão da vida, sendo afundado na taça do sofrimento, como o gesto final do amor de Deus para com o mundo maldoso, representado por Judas.

José de Arimatéia estava envergonhado de não ter confessado o Mestre, e seu sentimento aumentava enquanto ele rasgava os pés ensopados de sangue dos cravos que mediam 15 cm e o prendiam à cruz. Estes eram os “belos pés” daquele que anunciava o evangelho da paz, os pés que Maria lavou com seus cabelos, que caminharam sobre o mar da Galiléia, mas que agora estavam mergulhados num mar de sangue.

Enquanto retirava Jesus da cruz, José talvez tenha olhado por um instante para aquele rosto sem vida, para o rosto do Filho de Deus. Talvez seu coração tenha ficado apertado diante daquela imagem. Este rosto, que outrora irradiava a glória de Deus no monte da Transfiguração, para o qual tantas pessoas olharam com tamanha veneração, estava agora totalmente manchado do sangue que escorreu da coroa de espinhos, que fora cravada na sua cabeça. Aquele rosto apresentava uma palidez incrível, era o rosto de quem havia carregado o sofrimento do mundo inteiro sobre si.

Como está escrito: “…sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem” (Isaías 52.14). “Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele… O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro… por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado… Contudo, foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer… pelo seu conhecimento meu servo justo justificará a muitos, e levará a iniquidade deles” (Isaías 53.5-11).

Jesus de Nazaré foi despido de suas roupas, para que fôssemos vestidos com a pura justiça. Ele teve uma sede mortal para que nossa sede por vida pudesse ser saciada. Ele agonizou debaixo da maldição da Lei, para que pudéssemos desfrutar as bênçãos do evangelho. Ele carregou no seu corpo o ódio do mundo inteiro, para que pudéssemos experimentar o amor de Deus. O inferno caiu sobre ele para que o céu viesse sobre nós. Jesus de Nazaré experimentou o amargor da morte, para que pudéssemos experimentar a doçura da vida eternal. O Filho de Deus entregou sua vida voluntariamente, para que a morte pudesse passar longe dos filhos e filhas de Adão.

Que a cruz do Calvário possa ser tão real para nós quanto foi para os que pisaram naquela terra ensanguentada naquele dia terrível. Que nós também possamos fitar aquela face do Cristo crucificado e que a vergonha possa nos deixar de coração apertado, caso algum dia tenhamos de sentir qualquer tipo de temor do que os homens possam nos fazer. Que possamos nos identificar com o apóstolo Paulo, que poderia ter se vangloriado de sua experiência dramática e miraculosa no caminho de Damasco, mas, em vez disso, preferiu pasmar e suspirar diante do grande amor de Deus:
“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo (Gálatas 6.14).

Extraído e adaptado da Bíblia NVI Evangelismo em Ação: compilada por Ray Comfort.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Teoria e Prática



Para bater um bom pênalti é preciso se posicionar de 4 a 6 passos atrás da bola e chutá-la com força para que ela chegue ao gol numa velocidade entre 90 e 104 km/h. Além disso é bom chutar no meio do gol. Em 93,7% dos casos o goleiro pula para os lados e deixa o centro do gol aberto*.

Fácil não? Mas de que me vale toda essa teoria se eu não souber bater um pênalti na prática? No final das contas o que conta é a bola balançando a rede no fundo do gol.

É assim com muitas coisas na vida, a teoria deve vir acompanhada da prática senão perde seu valor. “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos”, disse Tiago (cap. 1.22), “o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu, mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer” (Tiago 1.25).

Jesus disse: “Quem ouve as minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve as minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mateus 7.24-29).

Ouvir e praticar. Esse é o conselho de Jesus. Ele próprio deu o exemplo.
Teoria - Jesus ensinou “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5.44)
Jesus praticou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Jesus orou por seus inimigos enquanto estava sendo crucificado, Lucas 23.34).

Os ensinamentos estão na Palavra. Tiago reforça: “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tiago 1.26-27).

Mãos à obra!

*A ciência de bater o pênalti perfeito – texto de Bruno Garattoni e Dennis Barbosa – matéria publicada pela Revista Super Interessante, edição 264 (abril/2009), p. 36.

A saborosa tentação








- Joãozinho, não encoste nesse vaso, ele é de criiistaaaaalll!

- CRASH!


É incrível como algumas crianças adoram fazer o que é proibido. A frase “Não pode” é entendida como “Fique à vontade filhinho, pode quebrar tudo o que ver pela frente”. Mas esse comportamento não é exclusivo das crianças, a maioria dos adultos sabe distinguir o certo do errado, a própria bíblia pode ser usada como um manual de conduta, mas “a natureza humana se rebela contra toda espécie de restrição” – disse Charles Spurgeon* – “somos tão maldosos que passamos a praticar um ato ilícito no momento em que descobrimos que ele é proibido.

O pecado é saboroso. Quer um exemplo? Fofoca. A bíblia nos alerta em várias passagens que não é certo fazermos fofoca: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo. Não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor” (Levítico 19.16). Mas a nossa natureza humana tem apetite pelo pecado, tanto que Salomão atesta isso em Provérbios 18.8: “Os mexericos são tão deliciosos! Como gostamos de saboreá-los!”.

É a natureza humana lutando contra a natureza de Deus em nós. Diariamente somos tentados a fazer o que é errado. Diferente da provação, a tentação tem como principal objetivo nos tirar do caminho de Deus, dar poder para nossa natureza humana que, apesar de tudo, continua existindo.

Até Jesus foi tentado – no deserto por Satanás (Mateus 4.1-11) e também a fugir da cruz (Mateus 26.36-46). Como ser humano ele lutou contra a tentação e deixou que sua natureza divina falasse mais alto. “Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir” ou em outra tradução “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41).

Para vencer as tentações é preciso estar alerta e orar sempre. Podemos contar com uma grande ajuda: “Agora Jesus pode ajudar os que são tentados, pois ele mesmo foi tentado e sofreu” (Hebreus 2.18).

*Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) foi o mais conhecido pregador da Inglaterra pela maior parte da segunda metade do século XIX.

Riquezas













Quem nunca soprou uma flor dente-de-leão? Quando eu era criança vivia procurando essa flor nos jardins para poder soprar e ver suas pétalas voarem pelo ar.

A bíblia fala que “a vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava” (Salmo 103.15-16).

Deus não faz acepção de pessoas, ele não condena pobre ou rico pelas suas condições, mas na bíblia há muitas passagens que alertam os ricos que se tornam opressores. O que faz um ser humano em melhores condições financeiras oprimir outro em condições menos favoráveis? Certamente é o amor ao dinheiro.

“Nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar, por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilha e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1Timóteo 6.7-10).

Como disse Davi no Salmo 103, nossa vida é passageira. É como o dente-de-leão que cresce e quando sopra o vento, acaba-se. Por isso tanto pobres quanto ricos devem ser humildes, conscientes de si mesmos. Isso nos faz pequenos diante de um Deus tão grande. Muda a nossa visao, nos faz deixar de olhar para nós mesmos, nosso pequeno mundo e nos faz enxergar o Reino de Deus que é eterno.

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos cues onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mateus 6.19-21).

No mar da vida

O barco ia pelo mar, cruzando as ondas que fortemente batiam no seu casco. A madeira era resistente pois tinha sido extraída de uma árvore plantada no litoral, castigada durante muitos anos pelas chuvas e os ventos que vinham do oceano. Foi exatamente isso que a tornou forte. Por estar constantemente exposta aos fortes ventos, criou uma envergadura natural, ideal para o casco de embarcações.

Quem já não se sentiu assim, exposto, no meio de um temporal, sofrendo e se sentindo castigado por uma ventania que parece nunca cessar? São as provações da vida - situações difíceis em que passamos grandes aflições.

As provações acontecem em nossas vidas sem que tenhamos pedido por elas. Não queremos, não desejamos, não buscamos, mas elas simplesmente acontecem, e não há nada que possamos fazer para impedi-las. O que podemos escolher é como vamos agir diante de uma provação. Nesse assunto não existe melhor exemplo do que Jó. A bíblia diz que ele “era um homem íntegro e justo, temia a Deus e evitava fazer o mal” (Jó 1.1). Mesmo assim ele passou por grandes provações, perdeu tudo (família, bens, saúde) só não perdeu a fé em Deus; “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor” (Jó 1. 21).

Tiago, irmão de Jesus, escreveu no seu livro: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma” (Tiago 1.2).
Claro que passar por uma provação não é agradável, mas se formos perseverantes nos tornaremos mais maduros e íntegros. Assim como a árvore exposta aos ventos do litoral se tornou mais forte e mais adequada à construção do barco, nós também nos tornaremos mais fortes e preparados para a vida depois de perseverarmos nas provações.

Se assim como eu você também tem passado por provações deve saber, não é fácil, mas a ajuda vem nos próximos versículos de Tiago: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal pessoa que receberá coisa alguma do Senhor, pois tem mente dividida e é instável em tudo o que faz”.
É preciso ter sabedoria para passar pelas provações. Saber e fazer o que é certo. Sem a sabedoria que vem de Deus acabamos agindo pela no ssa própria consciência ou pela opinião dos outros (nem sempre é a melhor solução). Deus tem prazer em nos dar sabedoria para as pequenas e grandes coisas da vida. Ele só impôs uma condição – pedir com fé. “E a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo” (Romanos 10.17). Ouça, leia, estude e ore – Ele nos dará fé, sabedoria e muitas outras dádivas.

“Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. (2Coríntios 12.9)

Bem vindo ao Verbonline

Olá, por cinco anos produzi junto com outras pessoas uma revistinha cristã chamada O VERBO. Ela continha textos para reflexão, notícias de países, passatempos entre outros. O VERBO impresso deixou de existir e agora renasce sob outro formato - online. Toda semana um texto novo vai ser publicado aqui e enviado por e-mail para os cadastrados. Se você quiser receber o texto diretamente no seu e-mail, me avise que te incluo no mailing. O VERBONLINE traz um texto de reflexão sobre algum ensinamento da bíblia. Compartilhe esse endereço, deixe comentários, críticas e sugestões. Até mais!