terça-feira, 5 de outubro de 2010

Voz de Deus


“E depois do terremoto um fogo...e depois do fogo uma voz mansa e delicada.” (1 Reis 19.12)

Perguntaram certa vez a uma pessoa que progredia rapidamente em seu conhecimento do Senhor, qual o segredo do crescimento espiritual. Ela respondeu concisamente: “Obedecer aos sinais”. E a razão porque tantos de nós não temos mais conhecimento e compreensão do Senhor é que não damos atenção aos seus delicados sinais, seus delicados toques de frear e refrear. Sua voz é mansa e delicada. Uma voz assim é antes sentida do que ouvida. É uma pressão suave e constante sobre o coração e a mente, uma voz mansa, quieta e quase timidamente expressa no coração – mas que se ficarmos atentos, silenciosamente, vai se tornando cada vez mais clara aos ouvidos do entendimento. Sua voz é dirigida ao ouvido que ama, e o amor está sempre atento ao mais leve sussurro. Há um tempo, também, em que o amor cessa de falar, se não o atendemos ou não cremos nele. Deus é amor, e se você quer conhecê-lo e à sua voz, dê constante atenção a seus delicados toques. Em conversa, quando prestes a dizer uma palavra, dê atenção àquela voz mansa, atenda o sinal e refreie-se de falar. Quando prestes a seguir em uma direção que lhe pareça clara e correta, se vier quietamente ao seu espírito uma sugestão que traz em si quase a força de uma convicção, preste-lhe ouvidos, mesmo que do ponto de vista humano a mudança de planos pareça uma grande loucura. Aprenda, também, a esperar em Deus para saber o desenrolar da sua vontade. Deixe que Deus forme os planos a respeito de tudo o que está no seu coração e mente e deixe também que os execute. Não possua nenhuma sabedoria própria. Muitas vezes sua maneira de executar o plano parecerá contrária ao plano que ele próprio deu. Poderá parecer que ele está trabalhando contra si mesmo.  Simplesmente ouça e obedeça a Deus, e confie nele, mesmo que isso pareça a maior tolice. Ele fará que no fim todas as coisas cooperem para o bem.

Assim, se você quer conhecer sua voz, não pare para pensar o que poderá acontecer. Obedeça, mesmo quando lhe pedir para avançar no escuro. Ele mesmo será sua gloriosa luz. E em seu coração brotará uma afeição e comunhão com Deus poderosa em si mesma para conservá-lo junto à ele, mesmo nas provas mais severas e sob as maiores pressões. – Way of Faith

Extraído de: Mananciais no Deserto vol.1 – Devocional 03.10.10

domingo, 12 de setembro de 2010

A maternidade e o amor


É manhã de domingo. O silêncio do dia com o canto dos pássaros ao fundo me fizeram parar por um momento e refletir. Tenho em meus braços minha filha, de apenas 12 dias - meio metro de gente, um mini humano muito fofo, com um rosto angelical. Ela é pequena mas muito bem desenhada. Seu nariz, sua boquinha, seus dedinhos, tudo é perfeito. Apesar da pouca idade ela já reconhece meu cheiro e minha voz.

Não tem como não se emocionar ao pegá-la nos braços e ouvir o som da sua respiração, observar seu sono e alguns sorrisos ainda involuntários.
Não tem como não pensar em Deus diante de tudo isso. A geração de uma vida é uma engenharia muito complexa para ser obra do acaso. E penso que não só as transformações físicas (óvulo + espermatozóide = 1 célula = 1 bebê), mas também as transformações que ocorrem nos pais (seu modo de pensar, sentir e agir), tudo isso parece ser uma ferramenta de Deus, um meio pelo qual Ele nos ensina coisas novas.

Muitas vezes como filhos não conseguimos enxergar a dimensão do amor de nossos pais por nós. Quando nos tornamos pais conseguimos entender todo o zelo e amor com que nos criaram a vida toda. Pode ser que como filhos tenhamos noção do amor de Deus por nós, mas como pais, entendemos bem o que custou a Ele entregar seu único Filho para a morte, afim de nos salvar e nos levar para perto dEle. É muito amor.
O Senhor é misericordioso e compassivo, paciente e transbordante de amor. Salmo 145.8

Um dos versículos mais conhecidos da bíblia revela essa verdade:
Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. João 3.16-17
Amor não se explica por fórmulas matemáticas. Só quem experimenta o amor de Deus pode saber o que é. E esse amor se revela ainda mais na experiência da maternidade.

Quando solteira, preocupava-me comigo mesma. Quando casei passei a dividir meu amor e meus cuidados com meu esposo. Agora sendo mãe, é impossível ser egoísta. Nosso olhar se volta para o outro, para o próximo (ainda que o 1º próximo seja nosso filho). Posso dizer que essa é uma das lições de Deus para mim nesse novo momento da minha vida.

Ele tem me ensinado sobre o Seu amor, ainda que a minha compreensão humana seja limitada.
Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá... Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte, então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou conhecido. 1Coríntios 13.9-12
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 1Coríntios 13.4-7
Resumimdo:
Nisto conhecemos o que é amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos... Não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade. 1João 3.16,18
Aline Cândido 

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aos meus amigos


 Há 10 anos entrei pela porta de uma igreja timidamente, como quem quer passar despercebida. Mas ao lado daquela porta havia alguém que olhava para o próximo, e essa pessoa, até então uma estranha pra mim, me recebeu com um abraço sincero – ela me abraçou como se abraça um amigo.

A igreja deve ser um local de amigos. Se voltarmos no tempo e pensarmos em Jesus e seus discípulos, veremos que Ele os tratava como amigos.

“Amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos… já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido” (João 15.12-15).

Gosto de pensar em Jesus como um amigo. Quando eu era criança, tinha em mente que Deus era um cara barbudo e bravo, que ficava sentado num trono lá no céu, em meio as nuvens, jogando raios em quem fazia alguma coisa errada – uma figura inacessível!

Não é isso o que diz a bíblia. O texto de João diz que Jesus nos vê como seus amigos; Abraão também foi chamado “amigo de Deus” (Tiago 2.23); Quando Jesus se referiu à Lázaro, ele disse “nosso amigo Lázaro adormeceu” (João 11.11) – ele não disse “o querido irmão Lázaro”, ou “o membro da nossa comunidade Lázaro”, ou ainda “o servo Lázaro”.

O que vemos como igreja hoje é muito diferente daquele pequeno núcleo de pessoas que andava com Jesus. Eles não estavam fundando uma religião, antes, estavam se relacionando. Cristianismo é uma religião de amizade, de relacionamento – com Deus e com o próximo. Deus nos criou assim, e não para vivermos só.

O livro de Eclesiastes é um livro de descobertas feitas por alguém vivido. Veja a descoberta relatada abaixo. O texto é tão atual que nem parece que foi escrito no século X antes de Cristo:

“Descobri ainda outra situação absurda debaixo do sol:
Havia um homem totalmente solitário; não tinha filho nem irmão.

Trabalhava sem parar! Contudo, os seus olhos não se satisfaziam com a sua riqueza.
Ele sequer perguntava: “Para quem estou trabalhando tanto, e por que razão deixo de me divertir?” Isso também é absurdo; é um trabalho por demais ingrato!”

(Eclesiastes 4.7-8).

Fazer a opção de ser solitário é uma atitude egoísta, e trabalhar sem parar é uma forma de mascarar uma insatisfação. Quem tem amigos tem outras formas de satisfação que vão além do trabalho. Como diz o autor de Eclesiastes: “Melhor é ter um punhado com tranquilidade do que dois punhados à custa de muito esforço e de correr atrás do vento” (Eclesiastes 4.5-6).

Trabalhar é bom, mas só faz sentido quando podemos dividir suas recompensas com os amigos. É bom lembrar que a maior felicidade que podemos ter não conquistamos com nosso suor, mas nos foi dada gratuitamente: a vida eterna!

O texto de Eclesiastes continua:

“É melhor ter companhia do que estar sozinho,
porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas.
Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se!
E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos.
Como, porém, manter-se aquecido sozinho?
Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se.
Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade”
(Eclesiastes 4.9-12).

Sempre tive pouquíssimos amigos – talvez por timidez e pela dificuldade de me relacionar abertamente com outras pessoas – mas foi na igreja que recebi esse grande presente: AMIGOS! Amigos verdadeiros!

Isso me fez lembrar do testemunho de Danny Velasco, do coral Brooklyn Tabernacle. Ele disse:
“Essa é a primeira coisa que vêm à minha mente sempre que eu tenho que me levantar e falar: eu olho ao redor e vejo a minha família. Essa é a coisa que eu mais amo a respeito de Jesus: Ele não só nos salva, nos limpa e transforma nossas vidas, mas ele nos adota em Sua família”.

Venha você também para essa família de amigos!
  
“O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade” (Provérbios 17.17)

Aline Cândido

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Nas entrelinhas da genealogia


Você já deve ter se deparado com algum trecho da bíblia que descreve genealogias. Fulano, pai de Beltrano, filho de Siclano, e por aí vai. Haja paciência para ler as longas listas de nomes!

Porém, nesses dias, achei algo interessante no meio de uma genealogia bíblica. O capítulo 5 de Gênesis descreve as gerações desde Adão até Noé. Ele diz: “Aos 130 anos, Adão gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem; e deu-lhe o nome de Sete. Depois que gerou Sete, Adão viveu 800 anos e gerou outros filhos e filhas. Viveu ao todo 930 anos e morreu.” (Gn 5.3-5). O texto segue falando das gerações seguintes, sempre com esse mesmo padrão: “Aos 90 anos, Enos gerou Cainã. Depois que gerou Cainã, Enos viveu 815 anos e gerou outros filhos e filhas. Viveu ao todo 905 anos e morreu” (Gn 5.9-11).
 
O curioso é que ao chegar ao versículo 21, o texto diz: “Aos 65 anos, Enoque gerou Matusalém. Depois que gerou Matusalém Enoque andou com Deus 300 anos e gerou outros filhos e filhas.” (Gn 5.21-22). Não é interessante? Quando Deus criou o homem, deu a ele livre arbítrio para fazer suas próprias escolhas. Adão e Eva escolheram a desobediência e foram expulsos do Jardim do Éden, porém vemos desde as primeiras gerações - Caim e Abel - uma busca pelo relacionamento com Deus (Gn 4.3-5).

Somos livres para viver a nossa vida sozinhos ou ao lado de Deus, mas esse texto me fez pensar – como a nossa história vai ser escrita? Será que minha vida vai ser lembrada como alguém que, mesmo tendo livre escolha, optou por andar com Deus?

No meio de dez gerações Enoque se destacou – diferentemente de seu pai e dos outros que viveram antes dele, sua vida foi marcada pela opção que fez – andar com Deus.

Andar é um ato continuo e diário, algo que faz parte da nossa rotina, do nosso dia-a-dia. A escolha de Enoque agradou a Deus e Ele o recompensou. Ele foi o único homem (além de Elias) que não experimentou a morte – ele foi arrebatado. “Viveu ao todo 365 anos. Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado.” (Gn 5.23).

Noé – outro homem que a bíblia diz que “andou com Deus” (Gn 6.9) – também foi salvo da morte. Ele e sua família foram os únicos sobreviventes de um dilúvio que exterminou a raça humana.

Não sei em que estágio da vida você está – os homens daquela época viviam muito mais do que os de hoje – mas nunca é tarde para fazer a escolha de andar com Deus. Pode ter certeza de que esta escolha vai marcar pra sempre a sua história.

Aline Cândido

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Justiça? Que justiça?


Você já questionou a justiça de Deus? Então você não é o único.

Afinal, se Deus é justo, porque vemos tanta gente ruim se dando bem? A justiça parece estar do lado dos que são espertos, que dão um jeitinho pra tudo, que não se importam com o próximo e passam por cima de todos para realizar suas maldades. Vemos o assassino solto enquanto o homem correto é preso injustamente. Vemos o ladrão se dando bem enquanto rouba os bens de um honesto trabalhador. Vemos pessoas boas sofrendo enquanto os maus vivem muito bem, obrigada! Afinal, cadê a justiça?

Foi a mesma pergunta que o profeta Jeremias fez a Deus:
“Ó Senhor Deus, se eu discutisse esse meu caso contigo, tu provarias que estás com a razão. Mas eu preciso te fazer algumas perguntas sobre a tua justiça. Por que os maus ficam ricos? Por que os desonestos conseguem sucesso? Tu os plantas, e as suas raízes se firmam; eles crescem e produzem fruto. Vivem sempre falando bem de ti, mas na verdade não se importam contigo. Mas tu, ó Senhor, me conheces; tu vês o que estou fazendo e sabes como te amo. Ó Senhor, arrasta essa gente como ovelhas para o matadouro; separa-os para o dia da matança.” (Jeremias 12.1-3).

O último versículo retrata bem o que entendemos por justiça – algo imediato, olho por olho, dente por dente. O que entendemos por justiça é diferente da justiça de Deus. Somos limitados, nossa visão tem curto alcance, enquanto Deus enxerga lá na frente, tem um propósito maior para a menor das situações.

Caim matou Abel, seu próprio irmão. Se você o encontrasse pelo caminho era bem capaz de matá-lo para vingar Abel, afinal de contas, o que Abel fez para merecer a morte? Ele só fez o bem, entregou uma oferta que agradou a Deus (Gênesis 4), enquanto Caim entregou qualquer coisa, apenas para cumprir tabela. Mas no versículo 15 vemos que Deus protegeu Caim, colocando nele um sinal para que ninguém o matasse. Você pode pensar que Deus foi injusto protegendo um assassino, mas Ele é misericordioso e queria dar a Caim a chance de acertar, de agir corretamente. Ele fez o mesmo com Moisés, Davi e Saulo – os conhecemos como os grandes homens da bíblia, mas os três foram assassinos e no entanto alcançaram a misericórdia de Deus, ganharam uma nova chance e se tornaram grandes exemplos para nós.

Ao contrário da nossa, a justiça de Deus está cheia de amor e visa um bem maior.

“Feliz é aquele a quem Deus corrige! Por isso, não despreze o castigo do Deus Todo-Poderoso. Deus fere, mas ele mesmo faz o curativo; ele machuca, mas as suas mãos curam.” Jó 5.17-18.

Pode confiar que “o Senhor é justo em todos os seus caminhos e é bondoso em tudo o que faz” (Salmo 145.17). Não espere que Ele faça do seu jeito, pois até o dia do juízo final, todos terão uma nova chance, inclusive eu e você (graças a Deus!).

Lembre-se: “a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1.20).

Aline Cândido

terça-feira, 29 de junho de 2010

O ladrão e o louvor



Segunda-feira, 17h30. O Brasil tinha acabado de golear o Chile por 3 x 0 nas oitavas de final da Copa de 2010. A cidade estava em festa e eu recebi um telefonema. Meu marido tinha acabado de ser assaltado por quarto motoqueiros armados na Marginal Pinheiros, em São Paulo. Assalto drive-thru, conhece? Levaram a moto, o capacete, a mochila, a carteira… deixaram o celular e a vida dele intactos. Graças a Deus!

Bom, depois de toda burocracia (cancelar cartões, fazer boletim de ocorrência, etc etc), o que fica é uma sensação estranha. Quem já foi assaltado sabe do que estou falando. A gente fica com aquela cara de tolo, se sentindo um nada. Independente do valor material ou sentimental do que foi levado, ter algo que nos pertence roubado é muito ruim.

Fiquei “fora do ar” por algum tempo, quando de repente um louvor me veio à mente:
“O Senhor é a minha luz e a minha salvação. O Senhor é a minha fortaleza, a quem então eu temerei? Se contra mim um exército se acampe, mesmo assim não temerei. Confiarei na força do meu Deus, esperarei o Senhor agir por mim” (inspirado no Salmo 27).

Comecei a cantar essa letra e deixei o Senhor ir tirando aquele sentimento deprê do meu coração. Senti que Deus foi me fortalecendo por meio do louvor – o louvor é como uma arma (de defesa e de ataque contra o inimigo). Jesus disse: “o ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa” João 10.10. Enquanto eu cantava pensava: “Diabo você pode roubar o que é material, mas o que está aqui dentro você não rouba”. E assim mais um louvor me veio à mente:
“Você pode ter a casa repleta de amigos, paredes e pisos cobertos de bens. Ter um carro do último tipo e andar conforme der na cabeça… mas sempre será como folha no vento, esperando o momento de cair. Você pode ter tudo aquilo que sonhar, mas nunca terá a paz que existe lá dentro; que não se encontra pra poder comprar. Porque essa paz só tem a pessoa que se encontra com Cristo”.

Nosso relacionamento com Deus nos dá vida e vida em abundância, e nada pode nos separar disso. 
Outro louvor inspirado em Romanos 8.35 surgiu na minha mente:
“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, angústia ou perseguição? Fome ou nudez? Perigo ou espada? Pois eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Jesus Cristo, nosso Senhor.”

E assim Deus transformou minha tristeza em alegria. Para alguns isso pode parecer loucura. Mas o que são as coisas de Deus senão loucura para os sábios?

“Pois aquilo que parece ser loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana”. 1Coríntios 1.25


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Relacionamentos no Éden


Pecado não é só problema meu! Deixe-me explicar melhor a frase. O que quero dizer é que os meus atos tem consequências para mim, para o próximo e para com Deus. Por isso, pecado não é só um problema meu!

O pecado traz problemas para os relacionamentos. Tudo era um mar de rosas no Jardim do Éden, podemos dizer que lá era um paraíso! Deus fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. E o Senhor Deus ordenou ao homem: 'coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá' (Gênesis 2.9,15-17).

A vida era perfeita lá pras bandas do Éden. A terra era fértil e dava bons frutos, e Adão tinha uma companheira "supimpa". Posso até ouvir Adão exclamar suspirando de amores: 'Esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher porque do homem foi tirada' (Gênesis 2.23).

Tudo ia bem até que... eles pecaram. Pecar é errar o alvo, desobedecer, e isso traz consigo muitas consequências.

Consequências para eles

O salário do pecado é a morte. (Romanos 6.23)

Deus disse que no dia em que comessem daquele fruto, morreriam. No hebraico, a expressão "você morrerá" significa "morrendo você morrerá". Em outras palavras, um processo de morte se iniciou. A ciência descobriu que a morte é  um processo que começa na concepção. Dentro de cada célula, no final da cadeia de DNA, existem pequenos pedaços chamados telômeros. Em cada divisão da célula se perde um telômero. Por fim, acabam-se os telômeros e a célula morre.

Além da morte, Adão e Eva receberam castigos individuais (leia mais abaixo).

Consequências para o próximo

A harmonia, intimidade e o fato de se completarem perfeitamente antes da queda foram corrompidos pelo pecado e distorcidos pelo castigo que receberam.
À mulher, [Deus] declarou: 'Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido e ele a dominará' (Gênesis 3.16).

Para esta última frase também há a tradução "o seu desejo será contra o seu marido e ele a dominará". As expressões utilizadas neste versículo sugerem que o desejo da mulher é o de dominar, e começa aí uma batalha entre os sexos.

Antes da queda homem e mulher andavam lado a lado, eram iguais e a convivência era harmônica. Não era preciso que um dominasse o outro.
O pecado portanto não afetou apenas Eva e Adão individualmente, mas também prejudicou o relacionamento de um com o outro.

A relação do homem com a terra também mudou por causa do pecado. Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto [...] maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas [...] (Gênesis 3.17-18).

O que antes era prazeroso passa a ser difícil e doloroso. A mulher é frustrada no seu relacionamento dentro do lar e experimenta dores até num momento de grande realização (ter filhos). O homem é frustrado na sua atividade para prover alimento e a vida torna-se árdua.

Consequências para com Deus

O jardim era um local reservado para que o homem vivesse feliz ao lado de Deus. Adão e Eva ouviam Deus, conviviam com Ele. Diz a bíblia que Deus andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia (Gênesis 3.8).

Por consequência do pecado ambos foram expulsos do jardim do Éden, expulsos da presença de Deus.
Isso deve ter sido angustiante para Adão e Eva. Até hoje podemos observar como é ruim viver longe de Deus. Mas a decisão de expulsá-los deve ter sido dolorida para Deus também - afastar de si "a menina dos seus olhos", a maior de suas criações, não era uma tarefa fácil, porém necessária. Deus não os desamparou e até a expulsão deles foi uma forma de proteção.
Então disse o Senhor Deus: 'agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre' (Gênesis 3.22).

Em outras palavras, Adão e Eva foram protegidos de uma eterna escravidão ao pecado e desgraça que resultaria se eles comessem da árvore da vida.

O restante da história você já conhece. O pecado no Éden foi o início de todos os males que cercam a nossa vida e principalmente a família até os dias de hoje.

Exterminar o pecado, pedir perdão e se reconciliar (com Deus e com o próximo) é sem dúvida o único caminho para 'voltar ao jardim'.


Referências bibliográficas:
Bíblia Evangelismo em ação - Nova versão internacional
Bíblia de estudo de Genebra - Tradução João Ferreira de Almeida


Aline Cândido

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Família


O que é a família hoje? Como era tempos atrás? Vivemos dias difíceis, as estruturas familiares mudam muito e não são raros os conflitos dentro do lar. É preciso voltar ao princípio de tudo, resgatar e valorizar a família, como ela foi criada para ser.

O princípio da família está em Gênesis. É lá que vemos o que Deus tinha em mente, quais eram seus planos.

A família começa com um homem e uma mulher. Quando Deus criou os seres humanos os fez para serem parecidos com Ele. "Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco" (Gênesis 1.26). Em outra versão: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Homem e mulher viveriam na Terra e seriam a representação de Deus por aqui, afinal dEle receberam a vida, o corpo, a alma, naturalmente teriam mais intimidade com Ele e serviriam na Terra como seus administradores.

Em Gênesis 2.18 o próprio Deus celebrou o 1º casamento ao admitir "não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade". "É por isso que o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa" (Gênesis 2.24).

Da união dos dois viria o equilíbrio, a família. Somente juntos eles podem ser a imagem de Deus de forma completa.

Por isso que Deus valoriza tanto a família. E por isso também que nenhuma outra instituição sofre tantos ataques como ela. A família é um presente, uma dádiva de Deus.

Deus sempre viu a família como um todo (e não como indivíduos separadamente). Quando falou a Noé para construir a arca, ordenou que Ele e sua família entrassem nela a fim de serem salvos (Gênesis 6.18). Quando Josué se posicionou diante do povo de Israel, ele disse: "Eu e minha família serviremos a Deus, o Senhor" (Josué 24.15).
Quando o carcereiro que estava guardando Paulo e Silas perguntou o que devia fazer para ser salvo, a promessa que recebeu não foi individual: "Creia no Senhor Jesus e você será salvo - você e as pessoas da sua casa".

Acho que uma das principais características a serem resgatadas nos dias de hoje para a família é a UNIÃO. O mundo nos deixa cada vez mais individualistas e egoístas, mas Deus idealizou a família para ser UMA.

E então, como está a sua família? E o que você tem feito para que ela seja a imagem de Deus aqui na Terra?

Aline Cândido

terça-feira, 6 de abril de 2010

Reflexões


Por um acaso do acaso, um dia desses dormi no meu antigo quarto, na casa dos meus pais. Ao deitar na minha velha cama, mil imagens passaram pela minha cabeça. Quantos anos haviam se passado e quantas coisas aconteceram nesse espaço de tempo! Lembrei das músicas que ouvi ali, dos livros e cadernos espalhados pela cama, lembrei da minha adolescência, das vezes em que chorei e ri pensando na vida! Lembrei também do que veio depois: das vezes em que deitada na cama li a bíblia, e me emocionei ao lembrar das inúmeras vezes em que “ela falou comigo”. Quanta coisa havia mudado! Uma nova vida se formou, eu nunca mais seria a mesma. Aliás, o que seria de mim hoje se não fosse aquele encontro com Deus na minha antiga casa, no tempo em que ainda era solteira?

Não por um acaso eu estava às vésperas da Páscoa fazendo essa reflexão. Pois então, o que é a Páscoa? Tem uma música do João Alexandre que diz:

“Eu sei o sentido do Natal, 

Pois na história tem o seu lugar, 

Cristo veio para nos salvar, 

Mas o que Ele é pra mim?”

Com a Páscoa não é diferente, a maioria das pessoas conhece, sabe o que é, alguns não comem carne, outros comem chocolate, mas afinal, o que ela significa para você?

Páscoa significa passagem da escravidão para a liberdade. Foi assim no tempo de Moisés, quando Deus libertou os israelitas da escravidão no Egito e desde então o povo judeu passou a comemorar a Páscoa anualmente.

A morte de Jesus aconteceu durante a Páscoa judaica. Como diz o ditado: “para morrer, basta estar vivo”. A morte é a única certeza para todos nós e por isso causa tanto medo. Ninguém gosta muito de pensar em morte, apesar de certa, ela traz insegurança e medo, e o medo nos escraviza, nos tira a liberdade de viver.

Como qualquer ser humano, Jesus morreu, mas como nenhum outro, Ele teve poder sobre a morte, ressuscitando dias depois.

O historiador e médico Lucas relatou no livro de Atos que “depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus” (Atos 1.3).

Paulo escreveu em sua primeira carta aos Coríntios que “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze [apóstolos]. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo” (1Coríntios 15.3-8).

Não era um fantasma, um espírito pairando no ar. Jesus ressuscitou mesmo, da morte voltou à vida. O fato é que a ressurreição de Jesus não valeu apenas para Ele. Esse presente é dado a todos aqueles que confiam e descansam em Jesus. Aquele que venceu o maior dos medos (morte) nos dá a vida eterna e nos ajuda a viver diariamente completamente LIVRES.

Livres da morte, livres de nós mesmos, livres do pecado, livres de culpa, de preconceito, de amargura, livres do passado… LIVRES!

Páscoa pra mim é sinônimo de liberdade! Ao lembrar da minha conversão, ali naquele quarto, eu celebrei mais uma vez a Páscoa de Jesus e agradeci pela liberdade que o Senhor conquistou pra mim!

E você, é livre?

"Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser" (Von Goethe)

Aline Cândido

quinta-feira, 11 de março de 2010

Deus in(justo)?


 Antes de mais nada, vou fazer um resumo do que aconteceu no capítulo 3 e 4 do livro de Atos:
  • Sem fazer nenhum alarde, Pedro e João operaram um milagre pelo nome de Jesus e um paralítico de nascença voltou a andar;
  • Ao ver o homem andar todo o povo ficou maravilhado e correu atrás dos dois apóstolos;
  • Muito sabiamente eles explicaram que foi a fé em Jesus que curou o homem e que portanto não deveriam ser idolatrados;
  • De quebra, Pedro e João ainda pregaram as boas novas, chamando o povo ao arrependimento.
Até aqui só vimos boas ações, certo? Pedro e João foram humildes, fizeram o bem a um homem marginalizado, deram a glória a Deus e ainda pregaram as boas novas para uma multidão.

Como você espera ser recompensado quando faz as coisas corretamente?
Certamente não espera receber o que Pedro e João receberam naquele momento. O texto diz que enquanto eles ainda falavam com o povo, os sacerdotes e outras autoridades os agarraram e os prenderam. No dia seguinte eles foram julgados diante de várias autoridades e foram duramente ameaçados (Atos 4.1-3).
Que coisa, hein? Alguns de nós poderiam ficar tristes, abatidos, chateados com Deus, murmurando pelos cantos…

Atos 4.23 conta que Pedro e João voltaram para junto de seus companheiros e oraram a Deus dizendo:

Opção 1) “Deus, por que o Senhor deixou isso acontecer?”
Opção 2) “Onde é que o Senhor estava quando nos prenderam e nos ameaçaram? Estávamos fazendo a tua obra!"
Opção 3) “Deus, obrigada pelo livramento, mas não permita que isso aconteça novamente, por favor!”
Opção 4) Nenhuma das anteriores.

Confira você mesmo a resposta em Atos 4.24-31, mas posso dizer que eles começaram a oração adorando a Deus e admitiram sua soberania. Depois reconheceram que tudo o que lhes acontecera já tinha sido planejado por Deus e tinha um propósito maior. Terminaram pedindo que Deus desse a eles confiança e coragem para continuarem anunciando a Palavra e pediram também que Deus fizesse ainda mais milagres e maravilhas entre eles.

Se eles já estavam cheios do Espírito Santo ficaram ainda mais! Diz o versículo 31 que o lugar em que estavam tremeu e Deus respondeu a oração deles imediatamente: “eles começaram a anunciar corajosamente a Palavra de Deus”.

Assim como eu, você também tem a sensação de que ainda tem muito o que aprender? Em se tratando de orar e pedir segundo o coração de Deus, Pedro e João deram uma lição e tanto!

Aline Cândido