terça-feira, 27 de outubro de 2009

Seu trabalho, suas conquistas



Você trabalhou o ano todo, deu um duro danado e conseguiu atingir seus objetivos. Comprou um carro, uma casa, algo que você queria e batalhou para conseguir.

"Parabéns você conseguiu!" ou "Graças a Deus que, dia após dia, nos enche de benefícios!"?

"Meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das Luzes, que não muda como sombras inconstantes" (Tiago 1.16-17).

Salomão foi o homem mais sábio do mundo e no livro de Eclesiastes ele registrou suas reflexões sobre o homem e o trabalho. Veja a conclusão dele: "Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus" (Eclesiastes 3.13). Ou seja, o homem deve desfrutar do resultado do seu trabalho, mas até isso é um presente de Deus. Você trabalhou e conseguiu (sim!), mas porque Deus permitiu e concedeu isso a você como um presente.

"Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama" (Salmo 127.1-2).

Às vezes nos orgulhamos tanto dos nossos feitos e nos esquecemos da soberania de Deus e de sua influência em nossas vidas.

"Quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e a ser feliz em seu trabalho, isso é um presente de Deus" (Eclesiastes 5.19)

Exercitar a memória é a melhor maneira de ser grato e humilde perante Deus. O conselho para o povo judeu em Deuteronômio 6.10-13 também vale para nós nos dias de hoje:

"O Senhor, o seu Deus, os conduzirá à terra que jurou aos seus antepassados... dar a vocês, terra com grandes e boas cidades que vocês não construíram, com casas cheias de tudo o que há de melhor, de coisas que vocês não produziram, com cisternas que vocês não cavaram, com vinhas e oliveiras que vocês não plantaram. Quando isso acontecer, e vocês comerem e ficarem satisfeitos, tenham cuidado! Não esqueçam do Senhor que os tirou do Egito, da terra da escravidão. Temam o Senhor, o seu Deus, e só a ele prestem culto, e jurem somente pelo seu nome."

"Nunca me deixes esquecer, que tudo o que tenho, tudo o que sou, e o que vier a ser, vem de ti Senhor!" (Ana Paula Valadão)

Aline Cândido

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ele ainda fala. Você ouve?




“Como Deus fala com você?”. Ouvi essa pergunta de uma amiga e passei vários dias pensando sobre o assunto.

Acho que todo mundo gostaria de ter uma experiência como a do personagem do livro A Cabana. Na história, Deus marcou um encontro com Mack, e ele pôde falar pessoalmente com Deus. Já pensou como seria isso?

Moisés soube. “Deus disse: Quando há profetas entre vocês, eu apareço a eles em visões e falo com eles em sonhos. Com o meu servo Moisés é diferente... eu falo com ele face a face, claramente, e não por meio de comparações; ele até já viu a minha forma!” (Números 12.6-8). Sem dúvida deve ser uma experiência tremenda, mas Deus também fala conosco de outras maneiras “menos comuns”.

O autor de Hebreus diz: “Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos antepassados, mas nestes últimos tempos ele nos falou por meio do seu Filho” (Hebreus 1.1). Além de usar sonhos, visões e enigmas, Deus também falou através de Jesus. Em João 14.9, Jesus disse: “Quem me vê vê também o Pai”. Ouvi-lo era como ouvir o próprio Deus falar.

Mas Jesus não está mais entre nós, e agora? Depois que ressuscitou e subiu aos céus, Ele enviou o Espírito Santo. E até hoje o Espírito Santo fala àqueles que o buscam e tornam-se sensíveis à sua voz.

Na minha opinião, uma das maneiras mais curiosas que Deus usa para falar conosco, é através da bíblia. Deus nos faz compreender a nossa vida (ou o momento que estamos vivendo) através das Escrituras.

Foi através das Escrituras que os judeus identificaram que Deus mandaria um Messias. Foi orando e lendo as Escrituras que Pedro entendeu que, a traição de Judas e a morte de Jesus, tinham que acontecer para se cumprir o propósito de Deus.
“Meus irmãos, tinha de acontecer aquilo que o Espírito Santo, por meio de Davi, disse nas Escrituras Sagradas a respeito de Judas” (Atos 1.16).
Inspirado por Deus, Davi havia escrito:
“Até o meu melhor amigo, em quem eu tanto confiava, aquele que tomava refeições comigo, até ele se virou contra mim” (Salmo 41.9).
Buscando um pouco mais, Pedro entendeu, através das Escrituras, que eles deveriam colocar um substituto no lugar de Judas.
“Que outra pessoa faça o trabalho que ele fazia!” (Salmo 109.8).

No capítulo 2 de Atos, Pedro citou várias partes das Escrituras que revelavam exatamente a situação que eles estavam vivendo no momento (versículos 16-21, 25-28, 31, 34-35). Deus usou textos antigos para falar no presente.
 
Isso já aconteceu com você? Deus já te mostrou na bíblia passagens que revelavam literalmente o momento que você estava vivendo? O Espírito Santo ainda interpreta e aplica as Escrituras continuamente nos dias de hoje. Mas isso exige de nós que busquemos a Deus em oração e sejamos perseverantes.

Vejo que a bíblia é como um tesouro escondido. Só quem busca a fundo e persiste em oração consegue encontrar as maiores joias que Ele reservou para nós.

“Se você me chamar, eu responderei e lhe contarei coisas misteriosas e maravilhosas que você não conhece” (Jeremias 33.3).

Aline Cândido

sábado, 3 de outubro de 2009

Em boa companhia



Diga-me com quem andas e te direi quem és. Provérbio popular antigo, mas será que é 100% verdadeiro?

Jesus escolheu algumas pessoas para ficarem mais próximas a ele. Os escolhidos passariam mais tempo com Jesus, ouviriam seus ensinamentos e também o veriam agir. Mais tarde eles teriam a tarefa de ir por todo o mundo e ensinar a outros o que tinham aprendido (Mateus 28.19-20).

Se você estivesse no lugar de Jesus, quem escolheria? Pessoas íntegras, “CDFs”, que tivessem as mesmas opiniões que você? Afinal isso facilitaria o convívio! Pois é. Jesus escolheu um grupo heterogêneo e algumas figuras inacreditáveis. Veja só:

Pedro – um rude pescador, “cabeça dura”, firme, decidido, petulante e impetuoso. Falava primeiro, pensava depois. Convicto, agia por impulso. O mesmo Pedro que andou sobre as águas e reconheceu Jesus como Filho de Deus, cortou a orelha do soldado que prendeu Jesus e negou que o conhecia por três vezes. Você conhece um “cabeça dura” como Pedro?

André – pescador, talvez um “caxias”; era um dos discípulos de João Batista e foi um dos primeiros a seguir Jesus. Contou a novidade a Pedro, seu irmão, e o levou a Cristo.

Tiago e João – dois irmãos que também eram pescadores. Mimados pela mãe, parece que o “poder” subiu à cabeça dos dois. Quando um certo povoado não os recebeu bem, eles perguntaram a Jesus “- Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?” (Lucas 9.54).
Que petulância, não? Se tinham algum poder é porque o próprio Jesus tinha dado a eles. Eles só não tinham entendido ainda como esse poder deveria ser usado. Em outra passagem os dois pedem a Jesus “- Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda” (Marcos 10.37). Queriam sucesso, glória, fama, queriam ser “vice-rei dos céus”. Com o passar do tempo e aprendendo com Jesus, eles mudaram. João quando escreveu o Evangelho foi tão humilde que não fez referência ao próprio nome!

Filipe – uma pessoa prática, objetiva, com raciocínio lógico. Na 1ª multiplicação dos pães, quando questionado por Jesus como iriam dar de comer a toda aquela gente, Filipe raciocinou matematicamente e disse que 200 denários* não seriam suficientes (João 6.1-7).

Tomé – quem não conhece a fama de Tomé? Várias passagens mostram que ele era racional. Tinha que ver para crer. Acreditar só no que vemos e sentimos nos mantêm presos à nossa própria gaiola, mas Jesus não desconsiderou Tomé por causa disso. Apresentou-se à Ele ressurreto convidando-o à tocá-lo, a chegar perto. Você conhece alguém como Tomé? Talvez você pense que essa pessoa nunca vai acreditar em Deus. Lembre-se de Tomé!

Simão, o zelote – imagine um judeu super nacionalista e anti-imperialista. Os zelotes queriam libertação da opressão de Roma mesmo que isso significasse luta armada e custasse a própria vida. Simão era radical, talvez como um terrorista nos dias de hoje. Como alguém tão extremista poderia estar no grupo dos doze discípulos?

Mateus – fiscal do Imposto de Renda, visto pelo povo como “cagueta”, traidor e ladrão. Cobrava impostos dos judeus para entregar a Roma. Malquisto pelos romanos e malquisto pelos judeus. Rico por fora, pobre por dentro. Imagine só Mateus e Simão Zelote no mesmo grupo? Só Jesus mesmo pra fazer uma coisa dessas!

Judas Tadeu – queria aprender mais sobre Jesus fazendo-lhe perguntas. O que há de mal em ser curioso e querer aprender? Judas Tadeu aproveitava cada momento ao lado de Jesus.

Bartolomeu e Tiago, filho de Alfeu – a bíblia traz pouca informação sobre os dois.

Judas Iscariotes – não precisa falar muito sobre ele, seus atos falam por si só. Ganancioso e mentiroso, traiu Jesus por 30 moedas de prata. Judas era ladrão; “sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado” (João 12.6).

Talvez você não escolhesse um ladrão para estar no seu grupo, mas Jesus escolheu. Certa ocasião Jesus disse: “- Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes... eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mateus 9.12-13).

Diferentemente de alguns de nós, Jesus não tomou a forma do seu grupo, mas os influenciou e ensinou, transformando-os. Esse mesmo grupo (com exceção de Judas Iscariotes) permanceu unido depois da ressureição de Jesus (Atos 1.13-14). “Todos se reuniam sempre em oração”, aguardando a promessa de Deus – o Espírito Santo.

Que lindo trabalho Jesus fez com esses doze discípulos! Se Ele escolheu essas doze figurinhas por que não escolheria eu e você? Há esperança para nós! ;o)

Aline Cândido

*O denário era uma moeda de prata equivalente à diária de um trabalhador braçal.